De acordo com os Censos de 2021, o Algarve é das regiões que mais aumentou a sua população entre os anos de 2011 e 2021. Nesta altura, a população residente atingia os os 467 343 pessoas, mas 3,7% do que em 2011. Mas, em relação a 2025, o DN não encontrou estatísticas oficiais que permitissem comprar a evolução demográfica. No entanto, há um facto que. de ano para ano, é registado por várias entidades oficiais: a população que ocupa aquele território, que se estende por mais de quatro mil quilómetros e 16 concelhos, ultrapassa mais de um milhão de pessoas. .GNR e PSP com operações especiais de policiamento no Algarve. Por isso mesmo, na área da Saúde, é considerada a região que maior pressão sofre durante o verão. O pior mês é mesmo o que começa esta sexta-feira (1 de agosto). E para alertar para os problemas no setor, sindicatos de médicos, enfermeiros e de técnicos da Saúde anunciaram, neste dia 30 de julho, uma greve conjunta a 7 de agosto. Ao DN, o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve diz ter posto em prática um Plano de Contingência que entrou em vigor a 1 de julho e vai até ao final de agosto, podendo sofrer ajustes quando for necessário em termos de “lotação e articulação no que se refere à resposta assistencial entre as várias unidades que integram a ULS Algarve”..Algarve. Médicos, enfermeiros e técnicos da Saúde em greve a 7 de agosto. Segundo o CA da ULS, uma das medidas é a criação de duas consultas em Quarteira e Altura que vão funcionar de forma complementar para situações agudas para turistas e não residentes, durante o fim-de-semana e mais dois dias por semana – ou seja, aos sábados e domingos, esta consulta tem porta aberta em Quarteira, entre as 12:00 e as 18:00 horas. Durante a semana é em Altura, quartas e sextas-feiras entre as 15:00 e as 17:00. A medida visa também “garantir maior proximidade e segurança clínica aos utentes e, ao mesmo tempo, aliviar a pressão sobre os serviços de urgência hospitalar”. E como estas consultas se destinam “a episódios agudos de baixa complexidade, não requerem marcação prévia. O atendimento é assegurado por equipas multidisciplinares compostas por médicos, enfermeiros e assistentes técnicos”, explicam ao DN. Por outro lado, é dito que foram escolhidos os concelhos de Quarteira e Altura para este tipo de consulta, por terem ocupação elevada nesta época do ano e por estarem a maior distância dos serviços de urgência hospitalar, portanto “só os casos que apresentem critérios clínicos para necessidade hospitalar serão encaminhados para os serviços de urgência”, explica a ULS na sua própria página na Internet.De acordo com a mesma informação, “este reforço pretende responder de forma rápida a episódios agudos de saúde no verão, garantindo acesso equitativo a cuidados de saúde a quem vive ou visita o Algarve”, evitando-se assim, segundo a instituição, “deslocações desnecessárias aos hospitais e melhorar os tempos de espera nas urgências, uma das maiores preocupações durante a época balnear, marcada por um elevado número de visitantes na região”.Tavira, por exemplo, é um dos concelhos que já dispõe de “uma consulta para utentes não inscritos, ou seja, que garante durante todo o ano o atendimento de utentes que não pertencem aos ficheiros dos nossos médicos de família”, diz ao DN o CA da ULS.Para responder ao que é considerado pelos sindicatos do setor o principal problema da região, carência de recursos humanos em todas as classes profissionais, a ULS Algarve sublinha que aumentou “as tabelas da prestação de serviços médicos em valores que variam entre os 5% e os 15%” para “dar uma resposta de forma permanente e sem sobressaltos nos Serviços de Urgência”. No entanto, não especificou o número de profissionais, quer médicos, enfermeiros e outros, que contratou para reforçar as equipas, nomeadamente nos serviços de urgência.Recorde-se que a região algarvia “tem em funcionamento um total de seis Serviços de Urgência - três hospitalares (Faro, Portimão e Lagos) e três Urgências Básicas localizadas nos centros de saúde de Vila real de Santo António, Loulé e Albufeira, que também estão abertas 24 horas por dia.Relativamente à capacidade de internamento, a ULS refere ao DN que para fazer face ao aumento da procura dispõe “de mais 20 camas suplementares e prontas a utilizar noutra unidade que integra a ULS Algarve, ou seja, no Centro de Medicina e Reabilitação do Sul, caso aumente a pressão sobre as Urgências de Faro e de Portimão”.De acordo com os sindicatos da Saúde que neste dia 30 anunciaram uma greve de 24 horas para o dia 7 de agosto, os problemas na região algarvia mantém-se e agravam-se de ano para ano. E, por isso mesmo, alertam, tanto residentes como turistas devem saber que podem “ser confrontados com consequências graves no acesso aos cuidados de saúde”, sobretudo pela falta de recursos humanos. É mais um agosto no Algarve, mas para o resto do ano as mesmas estruturas sindicais dizem ser necessária a aposta na “valorização das carreiras; contratação de mais profissionais; medidas que potenciem a retenção dos profissionais no SNS e na Região do Algarve; horários regulados que permitam a conciliação da vida pessoal com a profissional; abertura de concursos que cumpram a justa expetativa de promoção nas carreiras”. Segundo dizem, “os problemas de saúde no Algarve deve ser um problema de todos”..