Alexandra Reis poderá ser reintegrada na TAP

Esta hipótese é levantada no projeto de parecer da Inspeção-Geral de Finanças sobre a saída da gestora, que recebeu uma indemnização de 500 mil euros. Outra hipótese adiantada no documento é a devolução de parte dessa verba.
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Alexandra Reis poderá vir a ser reintegrada na TAP, avança a SIC.

Esta hipótese é levantada no projeto de parecer da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) sobre a saída da gestora, que recebeu uma indemnização de 500 mil euros. Outra hipótese adiantada no documento é a devolução de parte dessa verba. A decisão caberá ao ministro das Finanças, Fernando Medina.

Refira-se que o acordo de saída de Alexandra Reis da companhia aérea foi assinado pelo presidente do Conselho de Administração da empresa, Manuel Beja, e pela CEO, Christine Ourmières Widener.

Os deputados insistiram, mas o ministro das Finanças rejeitou esta terça-feira responder às questões colocadas sobre o caso de Alexandra Reis e a TAP, escusando-se "tirar conclusões" antes da conclusão do relatório da Inspeção-Geral das Finanças sobre a indemnização.

Fernando Medina esteve esta tarde numa audição regimental na Comissão de Orçamento e Finanças (COF), no parlamento, durante a qual o dossiê TAP surgiu diversas vezes pela voz dos deputados de quase todos os partidos, particularmente as eventuais consequências que serão retiradas da auditoria da Inspeção-Geral das Finanças (IGF) sobre a indemnização paga pela TAP a Alexandra Reis.

Para Medina, "antecipar as conclusões da IGF não é sequer a forma institucional de respeitar o trabalho de uma instituição do Estado".

A verificação pela IGF da legalidade da indemnização paga a Alexandra Reis foi determinada a 27 de dezembro do ano passado pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, e pelo então ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

Segundo uma notícia avançada na sexta-feira à noite pela SIC Notícias, o projeto de parecer da IGF "aponta para a existência de fortes irregularidades no processo" de Alexandra Reis.

No domingo, o Ministério das Finanças explicou que a ação inspetiva da IGF sobre a indemnização paga à ex-administradora da TAP Alexandra Reis ainda está "em fase de contraditório" e só depois será elaborado um relatório final.

Em fevereiro de 2022, a TAP comunicou à CMVM a saída da administradora Alexandra Reis, referindo a companhia aérea que tinha sido Alexandra Reis a renunciar ao cargo.

Em dezembro passado, a Alexandra Reis tomou posse como secretária de Estado do Tesouro, tendo então estalado a polémica sobre a indemnização que recebeu quando saiu da companhia aérea detida pelo Estado (500 mil euros).

Numa declaração escrita enviada à Lusa, nesse mês, Alexandra Reis disse que o acordo de cessação de funções "como administradora das empresas do universo TAP" e a revogação do seu "contrato de trabalho com a TAP S.A., ambas solicitadas pela TAP, bem como a sua comunicação pública, foi acordado entre as equipas jurídicas de ambas as partes, mandatadas para garantirem a adoção das melhores práticas e o estrito cumprimento de todos os preceitos legais".

Em 28 de dezembro, a TAP enviou um novo esclarecimento à CMVM, referindo que a renúncia apresentada por Alexandra Reis "ocorreu na sequência de um processo negocial de iniciativa da TAP, no sentido de ser consensualizada por acordo a cessação de todos os vínculos contratuais existentes entre Alexandra Reis e a TAP".

Já a presidente executiva da TAP disse, em janeiro, no parlamento, que as comunicações enviadas à CMVM sobre a indemnização de Alexandra Reis foram recomendadas por advogados e garantiu que existem documentos e "provas escritas" sobre todo o processo.

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