Aldeia transmontana recebe escola de ativismo para enfrentar desafios ambientais
A iniciativa “Semear Ação”, uma escola de ativismo promovida pelas associações ZERO e Transitar, com apoio do Pacto Climático Europeu, desloca-se este sábado até Tourencinho, um aldeia transmontana do concelho de Vila Pouca de Aguiar, com o objetivo de capacitar a comunidade a enfrentar problemas ambientais, fortalecer os laços locais e atrair novos habitantes para territórios de baixa densidade.
A iniciativa, que será dinamizada localmente pela Associação Cultural e Recreativa de Tourencius dos Xudreiros (ACRTX), procura ensinar formas de mobilização e participação cidadã na defesa do território, especialmente diante das mudanças climáticas e ameaças ambientais.
Rita Prates, da associação ZERO, destaca a "importância do envolvimento da população em debates como mineração e desflorestação", reforçando que os movimentos cidadãos têm impacto nas decisões políticas.
A proximidade das eleições legislativas de 18 de maio é uma oportunidade para tentar trazer o despovoamento do interior para a agenda política nacional. “Nesta ação em Tourencinho queremos destacar a importância de políticas que promovem a fixação de pessoas no interior do país e o combate ao despovoamento”, afirma Rita Prates, citada em comunicado.
Segundo a ambientalista, essas medidas terão de ser ambientalmente sustentáveis, única forma de tornar esse repovoamento das regiões estrutural e atrativo para as novas gerações.
“Numa zona rural, as sementeiras começam a fazer-se por esta época: este ano decidimos, não só semear legumes, mas também trazer a ação ambiental para a nossa terra”, afirma por sua vez Sara Barreiro, da Associação Cultural e Recreativa de Tourencius dos Xudreiros. “Não existe atividade mais fértil do que o ‘Semear Ação’ para trocar sementes de ideias entre gerações e plantar iniciativas que estabeleçam laços cooperativos que enalteçam a necessidade de cuidar do local onde vivemos, para que outras pessoas encontrem o seu lar aqui também”.
Segundo Sara Barreiro, “a ação climática é crítica para estruturar comunidades mais resilientes e com formas de vida mais prósperas e sustentáveis”.
O evento incluirá o Mural do Clima, um workshop interativo que explica os fenómenos climáticos e as suas consequências, coordenado por Aurore Delaunay, da Transitar. A programação também contará com um almoço comunitário e uma caminhada interpretativa por trilhos locais, passando por um moinho de água e um forno comunitário. Essas atividades visam "estimular o envolvimento dos participantes na proteção ambiental e no desenvolvimento sustentável da região".
A iniciativa faz parte do Pacto Climático Europeu, promovido pela União Europeia dentro do European Green Deal, com foco na transição para uma economia sustentável e menos dependente de combustíveis fósseis.