Administrador da EPA Lee Zeldin posa para foto com Donald Trump.
Administrador da EPA Lee Zeldin posa para foto com Donald Trump.Instagram/Lee Zeldin

Administração Trump quer revogar decisão que reconhece gases de efeito estufa como ameaça à saúde pública

Agência ambiental dos EUA propõe anular declaração de 2009, base legal para a regulação federal das emissões no combaet às alterações climáticas
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A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla inglesa) quer revogar uma decisão histórica tomada em 2009 que reconhece os gases de efeito estufa como uma ameaça à saúde pública. A proposta foi anunciada esta semana pelo administrador da EPA, Lee Zeldin, numa ação realizada num stand de camiões em Indianápolis. A notícia foi avançada pelo jornal El País.

A chamada "declaração de risco climático", adotada durante o mandato de Barack Obama, serviu como fundamento legal para que governos democratas impusessem limites às emissões poluentes de automóveis, centrais eléctricas e indústrias. Desde então, tem sido um dos principais instrumentos para enfrentar o aquecimento global nos Estados Unidos.

Ao apresentar a iniciativa, Zeldin celebrou o fim da medida como uma vitória política contra o que chamou de “religião do clima”, uma crítica à agenda ambientalista, que a administração republicana associa ao movimento “woke”. Segundo o responsável, revogar a decisão seria “espetar um punhal no coração” dessa "religião".

A proposta marca um novo passo na ofensiva da administração de Donald Trump contra as políticas ambientais das administrações anteriores. Se avançar, a medida poderá anular os atuais limites à emissão de gases de efeito estufa por veículos e camiões em todo o país.

O jornal avança que, embora ainda dependa de validação judicial, a revogação também irá dificultar significativamente a atuação da futuras administrações americanas que queiram retomar políticas de controlo ambiental.

Para alguns críticos, trata-se da maior ação de desregulamentação ambiental da história dos EUA. Em entrevista ao jornal espanhol, Diane Pataki, cientista-chefe da National Wildlife Federation, considerou a proposta um atentado contra a ciência acerca do tema e o mandato da própria EPA.

"Revogar esta decisão contradiz diretamente o mandato da EPA de proteger a saúde pública e enfrentar as fontes de poluição por gases de efeito estufa que causam a crise climática", pontuou Pataki. "Em vez de anular uma decisão que é sustentada por evidência científica, a Administração deveria concentrar-se em garantir um ambiente mais seguro tanto para a vida natural como para as pessoas" sublinhou.

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