O Alentejo destaca-se pelo maior consumo de álcool e tabaco, enquanto o Algarve é onde o consumo de canábis é mais expressivo. Quem o revela é o mais recente inquérito realizado no âmbito do Dia da Defesa Nacional (DDN), que abrangeu jovens de 18 anos em todo o país e apresenta um retrato atualizado dos comportamentos aditivos.Segundo o documento, divulgado esta quinta-feira, 11 de setembro, existem algumas aproximações, mas persistem diferenças relevantes entre regiões, sobretudo no consumo de álcool, tabaco e em práticas de risco acrescido.O Alentejo destaca-se pelo maior consumo de álcool e tabaco, "incluindo práticas de risco acrescido como binge drinking e embriaguez severa", enquanto a Madeira e o Norte de Portugal Continental "apresentam valores consistentemente mais baixos".A canábis é a substância ilícita mais consumida em todas as regiões, mas é no Algarve que o consumo assume maior expressão. Paralelamente, os Açores registam maior consumo de outras drogas ilícitas e de tranquilizantes/sedativos não prescritos.No que concerne ao policonsumo, ou seja, o uso combinado de substâncias, este é mais frequente nas duas regiões mais a sul, enquanto as Regiões Autónomas apresentam valores mais baixos.Por outro lado, é na Madeira e nos Açores que os jogos de apostas online são mais prevalentes, embora a prática seja generalizada. Os Açores e o Alentejo são as regiões onde o tempo diário em redes sociais é mais elevado, enquanto Lisboa se destaca pela maior experiência de problemas associados à utilização da Internet.Ainda assim, a principal conclusão do estudo consiste "na descida generalizada dos comportamentos aditivos entre os jovens de 18 anos, com exceção do policonsumo e dos jogos de apostas online". As apostas online tornaram-se mais prevalentes na maior parte das regiões, entre 2023 e 2024, enquanto o policonsumo aumentou em todo país. "No resto, confirmam-se em 2024 as descidas que já se verificavam na precedente edição do estudo e inverteram-se algumas das tendências de subida identificadas anteriormente, como o crescimento do consumo binge de bebidas alcoólicas ou da experiência de problemas associados ao álcool", pode ler-se no documento."Apesar da descida generalizada, é de sublinhar que, de uma forma geral, face a 2023, em todas regiões as prevalências não se alteraram muito em termos absolutos, sendo que a alteração mais acentuada que ocorreu entre 2023 e 2024 foi de 6 pontos percentuais, um valor de uma ordem de grandeza bem menor do que em outras edições do estudo", indica a conclusão do estudo, que salienta que se tornou claro que, em 2024, "as discrepâncias regionais diminuíram mais do que aumentaram, tornando o país um pouco mais homogéneo no plano regional no que aos comportamentos aditivos entre os jovens de 18 anos diz respeito"."Analisando a evolução dos comportamentos aditivos entre os jovens de 18 anos nos últimos anos, é possível verificar que, a nível nacional, os valores relativos à grande maioria dos indicadores atingiram mínimos históricos. Isto é, desde que o estudo teve início, em 2015, nunca se registaram prevalências tão pouco elevadas no diz respeito ao consumo de álcool, tabaco, drogas ilícitas e tranquilizantes/sedativos sem receita médica. A nível regional, o panorama não é tão linear, ainda que a tendência seja claramente a das diferentes regiões registarem os valores mais baixos desde que o estudo teve início", concluem os autores, que aguardam a próxima edição do estudo para permitir "confirmar no plano regional um conjunto de tendências, com particular destaque para o decréscimo do consumo de álcool, tabaco e drogas ilícitas e a subida do policonsumo e também dos jogos de apostas através da Internet".