“A Adesão global ronda os 80%, mas tivemos adesão de 100% em várias unidades de saúde família no país e em blocos operatórios”. O balanço é feito ao DN pela presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) que avançou com esta greve nacional na semana passada, precisamente no dia em que já havia greve geral da Função Pública, decretada pela Função Pública.Para Joana Bordalo e Sá, este número, embora diga que a estrutura não vai “entrar na guerra dos números”, reflete “o sentimento dos médicos sobre o que este Governo está a fazer ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e é já uma resposta também ao diploma das urgências regionais que vai implicar a deslocalização de profissionais, mas sobretudo o encerramento de alguns serviços ficando estas populações sem cuidados de proximidade”.De acordo os dados da Fnam, a atividade programada foi a área mais afetada, nomeadamente “consultas, blocos operatórios e unidades de saúde familiar”. Por exemplo, refere Joana Bordalo e Sá, “tivemos blocos operatórios de hospitais centrais que encerraram a 100%”, exemplificando: “O bloco do Hospital Padre Américo, em Penafiel, como os blocos dos hospitais centrais no Porto, São João e Santo António que atingiram os 100% e os 90%, respetivamente. O mesmo aconteceu no bloco do IPO o Porto. Foram unidades onde só funcionaram os serviços mínimos com os blocos de urgência”.O cenário repetiu-se em hospitais de Lisboa e Vale do Tejo, do Alentejo e do Algarve. Por exemplo, “o bloco de ginecologia- obstetrícia dos Hospital de Cascais fechou a 100%, o bloco central do hospital de Portalegre e na Unidade Local de Saúde do Algarve também, registando no global uma adesão de mais de 80%, só quase funcionaram serviços mínimos, mas há outros que a esta hora ainda não conseguimos ter números concretos”, explica. Em hospitais centrais de Lisboa, por exemplo, “em Santa Maria tivemos uma adesão de 90% na Medicina Intensiva e de mais de 60% nas áreas das medicinas”. Na região Centro, a dirigente sindical diz ter sido registado 90% de adesão à greve no Hospital da Figueira da Foz, a Maternidade Bissaya Barreto com mais d 73% e o Hospital Pediátrico de Coimbra com mais de 70%.Nesta greve, Joana Bordalo e Sá destaca a adesão nos Cuidados de Saúde Primários, havendo várias Unidades de Saúde Familiar de norte a sul do país encerradas a 100%, como Sétima Colina em Lisboa, Terras do Paiva, em Viseu, Cruz de Celas e Baixo Mondego, em Coimbra, Buarcos, e USF do Algarve. Mas, reforça, “para nós o mais importante é que cada consulta ou cirurgia adiadas tem dois responsáveis, a ministra Ana Paula Martins e o primeiro-ministro Luís Montenegro, que não querem negociar com os médicos medidas que os podem ajudar a fixar e a contratar”.A presidente da Fnam recorda temas que têm sido sempre referidos nas rondas negociais: “Não discutimos só a questão dos salários, mas também condições de trabalho, progressão na carreira e a integração dos mais médicos internos”, sublinhando: “A adesão tem também já a ver com a imposição que da ministra à questão da mobilidade, que, segundo o diploma apresentado sobre as urgências regionais será mesmo à força”. Uma situação que diz não servir os médicos, nem “as populações, que vão ficar sem cuidados de proximidade”. Joana Bordalo e Sá criticou ainda a substituição agora do presidente do INEM e do aumento das listas de espera na área da oncologia..Fnam insiste no pedido de demissão da ministra da Saúde