Começa hoje, 2 de maio, no Vale do Silêncio, nos Olivais, o Festival Académico de Lisboa, organizado pela Federação Académica de Lisboa (FAL). O certame, que conta com a atuação de vários artistas, como D.A.M.A., Nininho Vaz Maia, Os Quatro e Meia e, como habitual, Quim Barreiros, prolonga-se até sábado. A organização conta com “cerca de cinco mil pessoas por dia”, avança Mariana Barbosa, presidente interina da FAL..No entanto, a FAL receia ser prejudicada devido ao que aconteceu em setembro do ano passado, quando a Semana Académica de Lisboa (SAL) foi cancelada. “A SAL não tem, de todo, a ver connosco. É uma outra organização que a promove e organiza, que é a Associação Académica de Lisboa (AAL). .Sucede que à FAL têm chegado inúmeras reclamações, devido ao cancelamento da SAL. Isto porque a AAL, também na pessoa do seu presidente, Diogo Martinho Henriques (que é também secretário-geral da Juventude Socialista da Madeira), se encontra, alegadamente, incontactável desde então. “Recebemos, todos os dias, contactos de pessoas que não conseguiram a devolução do dinheiro dos bilhetes. Estão desde setembro à espera”, revela Mariana Barbosa..E há mais: “Na altura, na página da Semana Académica de Lisboa, deram um contacto que não dava em nada. Ligava-se e ninguém atendia ou dava mesmo como não ligado. Deram um e-mail, também nunca ninguém respondeu daquele e-mail. Na altura até houve um formulário, que seria para obter o reembolso do bilhete. Mas o aviso foi feito a 15 minutos do fecho do formulário. Ou seja, não deram uma resposta digna às pessoas”, prossegue a dirigente da FAL..“Há quem pense que somos os mesmos, mas temos feito uma divulgação nesse sentido, de mostrar a diferença entre os dois eventos e as duas organizações”, explica a dirigente da FAL..Ainda assim, esta organização teme ser prejudicada, no seu festival. “À primeira vista, o que aconteceu pode impactar o nosso evento. É sempre uma preocupação nossa, desde o início, de nos demarcarmos completamente da outra organização”..A AAL é acusada pela FAL de vários delitos, na sequência do cancelamento da SAL em setembro do ano passado. “Já deve ir em milhares de pessoas, mais de mil pessoas, de certeza, que nos contactaram. Todas as que compraram bilhete ficaram depois sem o festival porque ou os dias foram cancelados, ou os artistas recusaram-se a atuar. Toda a gente ficou prejudicada”, acusa Mariana Barbosa. .A presidente interina da FAL vai mais longe: “Houve roubo do sistema de faturação de bilhética. Tanto os POS [terminais multibanco] como o sistema de faturação da bilhética estavam diretamente ligados à conta da organização. As pessoas que forneceram estes serviços foram roubadas diretamente, para além de outros fornecedores, como quem montou o palco e os artistas.” Mariana Barbosa avança que o alegado rombo financeiro se situa na casa das “centenas de milhares de euros”..Tendo em conta o cancelamento do outro evento académico [Semana Académica de Lisboa], a FAL tenta “construir uma relação de confiança com o público”. “Claro que vamos ser um pouco prejudicados, mas estamos a trabalhar para que seja o mínimo possível”, refere a presidente interina da FAL..Secretário-geral da JS Madeira lidera AAL e não dá respostas.Mariana Barbosa garante que desde que a Semana Académica de Lisboa foi cancelada, em setembro de 2023, a AAL se tornou “uma estrutura oca. Eles desapareceram completamente. A semana passada houve reunião entre o Ministério da Educação e as várias associações estudantis e eles também não apareceram”..A presidente interina da FAL assume: “Já há bastante tempo que somos nós a representar a Academia, porque a AAL já não está ativa. E, em termos de política educativa, há algum tempo que não fazia um trabalho digno para os estudantes. Neste tipo de reuniões institucionais, e outros eventos do ministério, nunca apareceriam.”.O DN tentou confrontar Diogo Martinho Henriques com todas as acusações feitas pela FAL, mas o secretário-geral da JS Madeira e dirigente da AAL nunca atendeu o telefone ou respondeu às mensagens escritas enviadas pelo jornal.