A segunda obra da nova smart

A segunda obra da nova smart

Diversificando a sua gama, a smart recebe agora o #3 (lê-se ‘hashtag’ três), modelo de estilo SUV coupé, que coloca a marca num novo patamar em termos de ambições. O estilo irreverente é um dos seus principais atributos, mas também a qualidade a bordo para um automóvel que aprofunda a aposta na eletrificação.
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O processo de diversificação da nova smart prossegue a ritmo acelerado. Após o lançamento do primeiro modelo concebido na joint venture entre Geely e Mercedes-Benz, a marca eleva a fasquia com o #3, um SUV coupé que vem juntar-se ao #1 na missão de tornar a mobilidade mais sustentável, mas sem esquecer o necessário pendor de irreverência.

Face ao #1 lançado em 2022, a dianteira demarca-se pela grelha inferior em forma de ‘A’ e finos faróis com tecnologia LED para uma aparência atlética, sendo a secção traseira a que mais se diferencia, graças à linha de tejadilho mais curvilínea e baixa, também para melhorar a aerodinâmica. Sendo 80 mm mais baixo do que o #1 - 20 mm foram ‘cortados’ na distância ao solo (suspensão) e os restantes 60 mm na própria carroçaria, o novo #3 revela também spoiler traseiro para sublinhar o visual musculado e jantes de 19 e 20” (consoante a versão) com pneus ligeiramente mais largos. O trabalho aerodinâmico melhorado - com coeficiente de arrasto de 0.27 Cd - tem efeitos práticos, incrementando a autonomia, por si só, em 15 km, com a mesma bateria e motores. Além disso, permite até melhorar em 0,3 segundos a aceleração dos zero aos 100 km/h, apesar de ser um pouco mais pesado (ainda que o controlo de arranque também ajude). Outras alterações incidiram no capítulo técnico. Com base na plataforma SEA do grupo Geely que é usada em modelos como o #1 ou o Volvo EX30, os engenheiros da smart alteraram parâmetros relevantes da suspensão, nomeadamente, com novas molas, barras estabilizadoras e amortecedores. A versão Brabus de tração integral tem ainda um acerto diferente face aos de tração traseira (RWD), ligeiramente mais firme no amortecimento. Há ainda melhorias no sistema de travagem, com o #3 Brabus a dispor de discos de travão de maior diâmetro.

Colocando-se mais num patamar premium em termos de construção e de refinamento de condução, o #3 é uma combinação de arrojo e irreverência num formato que dista do conceito da smart dos outros tempos, mas que não abandona os preceitos de jovialidade e de diversão ao volante. Com acabamentos de ótimo nível, destacam-se os bancos com apoio de cabeça integrado para uma aparência desportiva, assim como os ‘salpicos’ de cor espalhados pelo habitáculo ou a possibilidade de contar com sistema de som da Beats com altifalantes a toda a volta.

O espaço a bordo é mais do que adequado para quatro adultos, mesmo de maior estatura, havendo um bom aproveitamento do espaço numa carroçaria que mede 4400 mm de comprimento (é 12 mm mais longo do que o #1). A bagageira ‘autoriza’ 370 litros, num valor que pode ser expandido para 1160 litros com o rebatimento dos encostos traseiros (há ainda um espaço sob o capot, de 15 litros).

A diversão é outra

Ao volante, com botões convencionais (boa decisão), destaca-se a posição de condução mais baixa e mais dinâmica, indicando assim uma postura de utilização algo diferente da do #1. Mesmo que mantenha o seu fundamento urbano, a nova geração de modelos da smart aposta, sobretudo, numa maior amplitude de utilização, tanto para as grandes cidades, como para os trajetos mais longos. Mas, com prestações bem desportivas e comportamento mais apurado, o novo #3 consegue mesmo ser uma boa surpresa em trajetos sinuosos. O foco da gama estará no #3 Premium com motor traseiro de 200 kW/272 CV e 343 Nm de binário, com este modelo a ser um exemplo de refinamento em praticamente todos os tipos de piso. Com jantes de 19″, filtra bem as irregularidades, embora se note a tal firmeza acrescida neste modelo, face ao #1. A direção precisa e informativa também ajuda a uma experiência que, em utilização mais tranquila, pode ser descrita como bastante agradável, beneficiando ainda de excelente insonorização.

Com tração traseira, o #3 é divertido de conduzir em percursos sinuosos, com uma secção posterior que não se importa de ser provocada e que, por outro lado, se deixa dominar com relativa facilidade. A forma como ganha velocidade impressiona, desde logo, mesmo não se tratando do Brabus (428 CV de potência e 543 Nm de binário), mas o ímpeto é fácil e entusiasmante no modo de condução ‘Sport’ (mesmo com o controlo de tração desligado). Tudo isto com um consumo energético ‘realista’ na casa dos 17 kWh/100 km, com a bateria de iões de lítio de 66 kWh a ter uma autonomia homologada de 455 km.

Repleto de sistemas de segurança e com um novo sistema de infoentretenimento a ter por base um ecrã tátil de 12.8” (com evoluções remotas programadas), o novo smart #3 vem colocar a marca num patamar premium dinâmico, no qual não tinha presença, dando indicações de que está apostada a chegar a novos clientes com produtos de elevadíssima qualidade e fazendo jus à sua missão de eletrificação total. Os preços do novo smart #3 iniciam-se nos 42.950€ da versão Pro+, com o Brabus a ocupar o estatuto de topo de gama por 50.450. 

Ficha técnica - Smart #3 Premium

Motor: Elétrico síncrono de ímanes permanentes, singular, traseiro Potência: 200 kW/272 CV Binário: 343 Nm Transmissão: Tração traseira, caixa de relação única Bateria: Iões de lítio (NCM), 66 kWh Carregamento: ~30 min a 150 kW (CC); ~3 horas a 22 kW (CA) Acel. 0-100 km/h: 5,8 seg. Vel. máxima: 180 km/h Consumo (WLTP): N.D. Autonomia (WLTP): 455 km Dimensões (C/L/A): 4400/1844/1556 mm Distância entre eixos: 2785 mm Bagageira: 370-1160 l (15 l na dianteira) Peso: 1810 kg Pneus: 245/45 R19 Preço: 45.950€

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