A ModaLisboa está a chegar. E isto é o que pode ver (sem convite)
A ModaLisboa quer abrir-se cada vez mais à cidade e há duas características da próxima edição, que acontece entre os dias 10 e 13, a comprová-lo. Por um lado, o tema: Singular. Porque se trata de “uma celebração da relação entre a capital e a Semana de Moda, produto de uma cidade efervescente, transformada e transformadora, brilhante e intercultural”. Por outro, o número de iniciativas abertas ao público, às quais todos podem ir, sem necessidade de convite, e que geograficamente se expandem para além da baixa lisboeta.
A base do evento, com a apresnetação das coleções de moda, mantém-se no Pátio da Galé, mas a programação divide-se por vários locais, chegando inclusivamente até à zona do Marquês de Pombal, onde já está aberta, no hotel Locke de Santa Joana, a pop-up store da ModaLisboa. A loja temporária, aberta até 13 de outubro, conta com os designers ModaLisboa e com uma seleção de produtos de marcas nacionais para incentivar o contacto direto entre os criativos e os vários públicos e criar oportunidades de comercialização de produto local, confecionado de forma justa e responsável. “A seleção de peças reflete a pluralidade de identidades dos Designers Lisboa Fashion Week, bem como de marcas cujo trabalho meticuloso e artesanal partilham os valores da ModaLisboa”, diz a organização.
Descendo um pouco e atravessando a Avenida da Liberdade, na Sociedade Nacional de Belas Artes, a partir de quinta-feira, poderá ver a exposição Workstation New Media, projeto que se propõe mostrar novas linguagens e experiências imersivas na interseção entre moda, artes visuais e tecnologia. “As obras selecionadas exploram a criação de entidades digitais —seres autónomos e dotados de comportamentos emergentes. Estes seres, como ecos de um futuro próximo, trazem-nos questões que não podemos ignorar: o que significa 'viver' quando a vida se desenrola em pixels e algoritmos? Como definimos o 'vivo' quando o não-humano coabita os espaços virtuais? Quem seremos nós quando as nossas próprias fronteiras biológicas forem permeáveis às tecnologias que criamos?”, questiona a ZABRA – Centro de Investigação de Arte Pós-humana, que faz a curadoria deste projeto, na sua apresentação.
Os artistas convidados – Carincur, João Pedro Fonseca e Gonçalo Giomar, Rodrigo Gomes e Tupac Martir – irão, na sexta-feira, partilhar os processos criativos por trás das suas criações numa masterclass.
Antes disso, logo na quinta-feira, há duas Fast Talks no MUDE – Museu do Design, com oradores nacionais e internacionais a debruçarem-se sobre a transversalidade da tecnologia na prática de moda, bem como o papel das indústrias criativas na regeneração da cidade. Nesse mesmo dia e local, regressa beat by be@t, exposição em que o púbico poderá percorrer quatro projetos têxteis circulares e inovadores desenvolvidos por equipas compostas por designers de moda e pequenas e médias empresas.
O Palácio Chiado recebe a partir de quinta a exposição Todas As Cartas de Amor São Rídiculas com 10 fotografias de Telmo Pereira protagonizadas por nomes como Inês Castel-Branco, Laura Dutra, Rueffa ou Vicente Gil. Um projeto que surge da ideia de selecionar cartas chave da correspondência entre Fernando Pessoa e Ophélia Queiroz e que ganha versão concerto na sexta-feira, às 22h00, com interpretação de Ella Nor.
Finalmente, a partir de sexta-feira, a Praça do Comércio ganha uma instalação artística que intercalará a sua programação entre conteúdos que refletem o caminho que a indústria nacional de têxtil e de vestuário está a percorrer para se tornar mais circular e sustentável e o livestreaming dos desfiles do Pátio da Galé, reservados a convidados.
As honras de abertura da passarela cabem aos 10 jovens finalistas do programa Sangue Novo, ainda na sexta, mas sábado é o dia que concentra mais desfiles, abrindo às 12h30 com uma apresentação da Portuguese Soul by APICCAPS. Até ao encerramento, no domingo, com Dino Alves, passarão pela ModaLisboa alguns dos designers mais mediáticos e consagrados, como Kolovrat, Ricardo Anfrez, Luís Carvalho, Luís Onofre ou Valentim Quaresma, aos criativos mais jovens, como Mestre Studio, Çal Pfungst e Bárbara Atanásio.