1693 casos de covid-19 e nove mortes nas últimas 24 horas
Dados da DGS indicam que estão 486 pessoas internadas devido à covid-19, das quais 80 em unidades de cuidados intensivos.
Foram confirmados, em 24 horas, 1693 novos casos de covid-19 em Portugal, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). Há também a registar mais nove mortes associadas à infeção por SARS-CoV-2, indica o relatório desta terça-feira (16 de novembro).
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Os dados mais recentes mostram que há agora 486 internados (mais 16 que no dia anterior), dos quais 80 estão em unidades de cuidados intensivos (mais quatro).
Na distribuição dos novos casos por regiões, Lisboa e Vale do Tejo contabilizou mais 556 infeções nas últimas 24 horas, enquanto o Norte registou 472, seguido pelo Centro com 388, Algarve com 131, Madeira 64, Açores com 46 e Alentejo com 36.
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No que diz respeito a óbitos, Lisboa e Vale do Tejo e a região Centro declararam três mortos cada, sendo que dois foram na Madeira e um no Algarve.
Portugal contabilizou nas últimas 24 horas mais 1557 contactos em vigilância, num total de 34 541, tendo sido dados 1770 doentes como recuperados da doença.
Perante o aumento do número de casos de covid-19 em Portugal, o primeiro-ministro, António Costa, admitiu novas restrições para travar a propagação da infeção.
"Quanto mais tarde atuarmos, maiores serão os riscos", afirmou o chefe do Governo, à margem de uma visita a uma escola de Rio Maior, no âmbito das celebrações do Centenário de Saramago. "Não podemos ignorar os sinais", disse, mais tarde, aos jornalistas, manifestando preocupação pelo agravamento da pandemia no país e em vários países europeus.
O primeiro-ministro referiu que na sexta-feira vai decorrer a reunião com especialistas no Infarmed "para avaliar a situação e ver que medidas têm de ser tomadas". "Obviamente não é previsível que se tenham de tomar medidas com a dimensão que tivemos no passado", afirmou, referindo os benefícios da vacinação.
Disse que o "melhor é prevenir agora", mas não antecipa que se tenha de adotar medidas que impliquem a existência do estado de emergência.
Já o ministro de Estado, Economia e Transição Digital, Siza Vieira, disse estar convencido de que não serão necessários novos confinamentos nem "cenários radicais" como está a acontecer noutros países para conter a evolução da pandemia de covid-19 em Portugal.
Referiu que, "do ponto de vista de saúde pública", o país está "numa situação bastante diferente" relativamente ao ano passado com uma "elevada taxa de vacinação" que protege a população portuguesa "relativamente a uma maior incidência grave da doença" e ao número de óbitos.
"Portanto, não me parece que estejamos em cenários radicais que até alguns outros países europeus com mais baixas taxas de vacinação estão a encarar", sublinhou Siza Vieira.
Hospitais de Coimbra abrem mais camas para doentes covid-19
Também nesta terça-feira, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) fez saber que abriu mais camas para doentes covid-19 devido ao aumento do número de internados provocados por surtos internos e nos lares da região.
De acordo com o diretor clínico, Nuno Deveza, a pressão vinda do serviço de urgência e dos lares "aumentou bastante".
"Para terem uma ideia, a média de casos positivos na semana de 31 de outubro a 6 de novembro foram nove casos por dia e na semana de 7 a 15 de novembro já foi de 15 casos por dia", frisou.
De acordo com os últimos dados, o CHUC contabiliza 44 internados em enfermaria de não críticos e seis pessoas nos cuidados intensivos, entre elas uma adolescente de 16 anos, que sofre de obesidade mórbida e não estava vacinada por opção.
Dos internados em enfermaria, 30% são doentes não críticos provenientes de lares da região, em que "mais de metade está parcialmente dependente ou com grau de dependência elevada e quase todos com comorbilidades significativas e outras doenças associadas", refere Nuno Deveza.
Bastonário alerta para exaustão dos médicos numa altura em que vão ser necessários
Um agravamento da situação nos Hospitais de Coimbra conhecido no dia em que o bastonário da Ordem dos Médicos alertou que há muitos médicos em exaustão, com burnout e em "sofrimentos médico".
"Temos que começar a criar já as condições para o período que se aproxima", uma "altura crítica" em que circulam vários vírus respiratórios, como o da gripe, em que há doentes crónicas a descompensar e estão a aumentar os casos e internamentos por covid-19, defendeu Miguel Guimarães, em declarações à Lusa.
Esta situação vai aumentar a pressão sobre os serviços de saúde, nomeadamente as urgências, num período em que os médicos estão exaustos após quase dois anos de pandemia e muitos estão a deixar o Serviço Nacional de Saúde.
Segundo o bastonário, há também vários especialistas "mais velhos" a sair do SNS. "Vamos ter aqui uma carga de excesso de trabalho no Serviço Nacional de Saúde, que devia estar já a ser acautelada, mas não sei se está", disse Miguel Guimarães.
Além disso, observou: "Temos, neste momento, profissionais que estão cansados. Muitos não fizeram férias ou fizeram só uma semana, alguns estão em exaustão, temos vários médicos em 'burnout', e não são poucos, e que têm de parar"