Passos Coelho não se recandidata à liderança do PSD
Líder do partido anunciou na Comissão Política Nacional que não voltará a ser candidato nas eleições diretas
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, anunciou hoje na reunião da Comissão Política Nacional que não se irá recandidatar ao cargo nas próximas eleições diretas, confirmou o DN junto de fontes sociais-democratas.
Relacionados
Passos chega, assim, ao Conselho Nacional desta noite com a decisão fechada sobre o futuro da sua liderança. No último domingo, no rescaldo de umas eleições autárquicas em que o PSD perdeu oito câmaras e caiu para terceiro em Lisboa e no Porto - o pior resultado do partido numas eleições locais - o líder anunciou uma "reflexão" sobre as condições para se recandidatar a novo mandato. Passos prometeu então ser "breve" no compasso de espera. Dois dias depois, está anunciado resultado da reflexão.
A decisão do presidente social-democrata abre caminho a uma candidatura do ex-líder parlamentar Luís Montenegro, nome próximo do atual líder, que está a ser pressionado pela ala passista do partido a avançar para a corrida à liderança, na qual já é a certa a entrada de Rui Rio. Pelo calendário normal, o PSD tem eleições diretas marcadas para o início do próximo ano.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
Depois do desaire eleitoral, várias vozes tinham já vindo defender que Passos não tinha condições para continuar na liderança do PSD. Manuela Ferreira Leite foi a primeira a dizê-lo, logo na noite de domingo, enquanto outro ex-líder, Luís Marques Mendes, avisava que, ou Passos saía, ou a sua vida seria "um inferno". Ontem, ao DN, Ângelo Correia também defendeu que Passos deveria sair. Mauro Xavier, ex-presidente da concelhia de Lisboa e um crítico de longa data do atual líder social-democrata defendeu igualmente que Passos deveria "afastar-se".
Ao DN, fonte próxima de Passos considerou que a não recandidatura do atual líder "é a decisão certa para o futuro do partido e do país", garantindo que "há solidariedade com ele por parte da maior parte das pessoas e há grande tranquilidade".
A decisão de saída de Passos não será, no entanto, sinónimo de um embainhar de espadas. Na direção social-democrata aponta-se o dedo a alguns dos senadores do partido, que estariam, na perspetiva da cúpula laranja, já a preparar o terreno para este desfecho.