Sindicatos apelam às câmaras para pressionar governo a contratar médicos de família
"A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), vêm pela presente solicitar o apoio de V. Exª. no sentido de sensibilizar o Ministério da Saúde para contratar os cerca de 300 médicos de família que em Abril obtiveram a especialidade e que ainda não foram contratados, impedindo assim que centenas de milhares de cidadãos passem a ter Médico de Família".
É este o teor das cartas enviadas, esta segunda-feira, pelos dois sindicatos médicos às 16 câmaras municipais do distrito de Lisboa, a zona mais carência de médicos de família do país. Nos próximos dias, referem as duas organizações, seriam cartas semelhantes às restantes autarquias do país.
SIM e FNAM já tinham anunciado na sexta-feira, quando convocaram uma conferência de imprensa após a reunião que tiveram com os ministérios da Saúde e das Finanças, que iriam promover o contacto com as autarquias para que estas pressionassem o governo a abrir o concurso para a colocação de 390 médicos de família que terminaram a especialidade em abril.
O procedimento deveria ter sido lançado em junho, mas está atrasado por razões burocráticas. O que levou que até agora não tenha sido colocado nenhum novo médico em centros de saúde. A Administração Central do Sistema de Saúde disse, na semana passada, ao DN que a conclusão do concurso estará para breve.
No final de julho havia 902 mil portugueses inscritos nos cuidados de saúde primários sem médico de família atribuído e se acordo com a contabilidade disponível no Portal do SNS faltam 516 clínicos. Ainda segundo os mesmos dados, a região de Lisboa e Vale do Tejo concentra as maiores necessidades: 386 médicos em falta e 677 mil utentes sem clínico atribuído.
A existência de utentes sem médico de família é um dos argumentos do Ministério da Saúde para a não redução da lista de utentes por médico de família, de 1900 para 1550, medida que faz parte das reivindicações dos sindicatos médicos.
A próxima reunião entre os sindicatos médicos e o Ministério da Saúde está marcada para a próxima sexta-feira, dia 18.