Rui Rio vai manter "estreita articulação" com a bancada social-democrata

Ao DN, líder do PSD diz que vai manter ligação forte com os 89 deputados da bancada. Mas também avisou que os que não estiverem disponíveis para colaborar com a direção do partido terão de "assumir a responsabilidade".
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O líder do PSD ainda não irá à primeira reunião do grupo parlamentar do partido, após a eleição de Fernando Negrão, que se realiza pelas 11.00 de quinta-feira. Rui Rio tenciona reunir com os 89 deputados apenas quando todo o processo de eleição dos novos coordenadores e vice-coordenadores da bancada estiver concluído, o que deverá acontecer já esta semana.

O presidente social-democrata ainda não definiu qual a periodicidade com que irá ao encontro do grupo parlamentar na Assembleia da República. "Tudo dependerá dos temas políticos do momento e da própria dinâmica da bancada parlamentar", diz.

Rui Rio garante ao DN que tenciona manter uma "estreita articulação" com o grupo parlamentar, que vai além das reuniões com o novo presidente da bancada, Fernando Negrão. Passará também por reuniões quer com os restantes vice-presidentes do grupo como com os futuros coordenadores e vice-coordenadores do PSD nas comissões parlamentares, com quem tenciona discutir os temas políticos setoriais, entre os quais a descentralização, os pacotes da transparência ou o do financiamento dos partidos.

Ontem, à saída do almoço com o Presidente da República, o líder social-democrata frisou que tenciona trabalhar com os "89 deputados da bancada", mas advertiu: "Aqueles que não quiserem colaborar assumem essa responsabilidade de não colaborar, vou trabalhar com todos aqueles que quiserem trabalhar". Rui Rio assume desta forma que poderá ainda ter alguns focos de resistência na bancada parlamentar às mudanças que quis introduzir. A começar pela liderança parlamentar e atendendo a que Fernando Negrão apenas foi eleito com 35 votos favoráveis, contra 32 brancos e 21 nulos, tendo votado 88 dos 89 deputados sociais-democratas.

Fernando Negrão parte assim fragilizado para o comando do grupo parlamentar e a primeira reunião de quinta-feira mostrará já se é possível unir grande parte da bancada em torno da nova liderança. No dia da eleição, apesar de ter criticado duramente os que estando na sua lista não a votaram favoravelmente - o que classificou de "falta de ética" - o novo líder parlamentar disse não esperar uma "rebelião" dos deputados descontentes.

Fontes parlamentares do PSD disseram ao DN que a postura dos deputados mais críticos vai depender muito da prestação política de Fernando Negrão. O antigo ministro da Justiça terá de "provar" que está à altura de fazer uma oposição firme ao governo e em particular ao primeiro-ministro António Costa.

Amanhã passa pela primeira prova na estreia no debate quinzenal. Deputados ouvidos pelo DN não esperam que seja a "verdadeira prova de fogo" porque António Costa deverá evitar um confronto muito aceso neste primeiro embate com o novo presidente da bancada social-democrata. E até Negrão quererá marcar alguma diferença em relação ao antecessor, Hugo Soares, que nas últimos debates foi extremamente acutilante para o primeiro-ministro.

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