Rui Rangel e Fátima Galante estão no Supremo para serem ouvidos
Os juízes Rui Rangel e Fátima Galante, arguidos na Operação Lex, estão nas instalações do Supremo Tribunal de Justiça, em Lisboa, para serem ouvidos por Pires da Graça, um dos 60 juízes conselheiros daquele tribunal. Os dois estão indiciados por crimes de corrupção/recebimento indevido de vantagens, de branqueamento, de tráfico de influência e de fraude fiscal, tendo sido suspensos de funções pelo Conselho Superior da Magistratura.
Rui Rangel começou a ser ouvido cerca das 11:00 e, após uma pausa para almoço, regressou para nova sessão de perguntas à tarde. Os arguidos e seus advogados saíram pouco antes das 14:00 por uma porta lateral do tribunal, diferente daquela por onde entraram hoje de manhã, tendo o advogado Paulo Sá e Cunha explicado aos jornalistas que essa decisão visou "evitar a exposição".
Outra das arguidas do processo e também juíza desembargadora Fátima Galante será ouvida após terminar o interrogatório a Rui Rangel, desconhecendo-se se isso ainda acontecerá hoje.
Tanto Rui Rangel como Fátima Galante foram suspensos preventivamente das suas funções pelo plenário do Conselho Superior da Magistratura, que também suspendeu a promoção ao Supremo Tribunal de Justiça de Fátima Galante.
Além de Rui Rangel e de Fátima Galante, a 'Operação Lex' tem pelo menos outros dez arguidos, entre os quais o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o vice-presidente do clube Fernando Tavares e o ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol João Rodrigues.
Cinco dos arguidos que se encontravam detidos já foram ouvidos no Supremo Tribunal de Justiça, tendo saído todos em liberdade, e um deles pagou uma caução de 25.000 euros.
Na operação, desencadeada a 30 de janeiro, foram realizadas 33 buscas, das quais 20 domiciliárias, nomeadamente ao Sport Lisboa e Benfica, às casas de Luís Filipe Vieira e dos dois juízes e a três escritórios de advogados.