Rui Moreira fala em "fraude" nas sondagens. Católica desmente
A candidatura de Rui Moreira, candidato à Câmara Municipal do Porto pelo movimento independente "Rui Moreira: Porto, o Nosso Partido", publicou esta quarta-feira no seu site um comunicado em que acusa as sondagens da Universidade Católica de "fraude". O comunicado chama-se "sondagens da Católica para RTP e Antena 1 são falsas".
"A sondagem sobre o Porto hoje divulgada pela RTP, realizada pelo Centro de Estudos da Universidade Católica, também responsável pela que foi publicada pelo JN na passada sexta, apresenta erros grosseiros nos seus questionários e metodologias, o que justifica a enorme discrepância para todas as outras conhecidas e publicadas até agora", afirma a candidatura do atual autarca portuense.
A candidatura de Rui Moreira alerta ainda para o facto de a Universidade Católica ter chegado ao "cúmulo de apresentar como opção de voto uma segunda candidatura independente que não existe, também com a palavra 'Porto' na designação, apresentando 10 opções aos seus inquiridos, quando apenas nove se apresentam a eleições".
Segundo o mesmo comunicado, "o mais gritante tem a ver com a omissão do nome de Rui Moreira entre as opções apresentadas aos inquiridos, quando este faz parte da designação oficial da candidatura e do boletim de voto".
"Aos inquiridos era mesmo colocada a questão 'em que partido vota?', embora a Universidade Católica oculte, nos seus relatórios, a forma como formulou a questão aos inquiridos. A sigla foi também omitida e o símbolo foi adulterado. Mas não ficamos por aqui, no que restou da designação da candidatura de Rui Moreira na simulação de boletim que era apresentado, a própria descrição do nome da candidatura contém erros", lê-se também.
O alerta foi dado por "vários dos portuenses inquiridos" que "alertaram para esta inaceitável tentativa de manipulação da opinião pública". A candidatura alertou, na terça-feira, a direção da RTP "para tais factos, aconselhando a não publicação desta fraude".
"Tem estado em curso, nos últimos meses, uma operação que visa manipular a opinião pública e condicionar o sentido do voto no Porto por diversos meios e formas, nomeadamente com a tentativa de impugnar a própria candidatura e de impedir que o nome de Rui Moreira fosse usado nos boletins de voto", afirma ainda a candidatura de Rui Moreira.
Católica diz que o Centro de Sondagens não existe para agradar a partidos ou candidatos
Entretanto, e em resposta, o Centro de Sondagens da Universidade Católica afirma ser uma "entidade autónoma, independente e apartidária".
"Os estudos realizados pelo Centro de Sondagens da Universidade Católica incorporam, como acontece necessariamente em todos os trabalhos desta natureza, margens de erro e a possibilidade de problemas amostrais mas o registo do Centro de Sondagens da Universidade Católica, consolidado ao longo de muitos anos, tem sido de elevada fiabilidade o que aliás justifica a posição de referência que ocupa no panorama nacional", disse a Universidade Católica em comunicado.
"A simulação de voto feita através de dispositivo móvel é a última pergunta em que o dispositivo é passado para a mão do inquirido, este escolhe a opção pretendida em total confidencialidade e anonimato e termina o inquérito. Fica ainda a título de exemplo a fotografia de um ecrã do dispositivo quando o logo de Rui Moreira está presente", é explicado, sendo utilizada a seguinte imagem.
"O Centro de Sondagens da Universidade Católica não existe para agradar a partidos ou candidatos nem para servir as respetivas agendas de campanha" é a frase com que termina a resposta da Universidade Católica, assinada por André Azevedo Alves, diretor do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica, e Jorge Cerol, diretor-executivo do mesmo organismo.
De recordar que a sondagem, revelada pela RTP e Antena 1, dá um empate entre Rui Moreira e aquele que deverá ser o seu principal oponente, o socialista Manuel Pizarro, ambos com 34% das intenções de voto. Já o Jornal de Notícias, revelou uma sondagem que atribuía 34% a Rui Moreira e 33% ao candidato do PS.