O presidente da Câmara do Porto admitiu hoje introduzir taxas turísticas no concelho para "atenuar a pegada turística na cidade" ou para comprar imóveis que a Câmara "não quer que sejam destinados ao turismo".."Acho que a taxa, a ser criada, devia ser usada para atenuar a pegada turística na cidade ou adquirir edifícios que a Câmara pretende que não sejam destinados ao turismo", afirmou Rui Moreira, na reunião camarária pública de hoje..Para o autarca, esta questão "deve ter um grande consenso" e deve ter em consideração "o que se passou em Lisboa" ou em outros locais onde a taxa é aplicada..[artigo:4823426].O assunto foi abordado na sessão camarária de hoje a propósito da verba destinada ao turismo na Primeira Revisão Orçamental e às Grandes Opções do Plano para 2016, hoje aprovada e que faz o orçamento municipal subir para 267,4 milhões de euros..Já em janeiro, Moreira tinha garantido que os hotéis que estão a surgir no Centro Histórico não afetam a classificação como Património da Humanidade.."Relativamente ao Património da Humanidade, não vemos que haja risco, ou que esse risco possa resultar da reabilitação de edifícios para fins de hotelaria", afirmou..Na altura, o autarca notou que o risco que existe é o da gentrificação [valorização imobiliária acompanhada da deslocação de residentes com menor poder económico] e a Câmara "tem vindo a tomar medidas para a evitar", designadamente deixando de vender casas camarárias no centro histórico..Em novembro de 2014, Moreira disse que a eventual introdução de taxas turísticas exige "prudência infinita" e uma avaliação macroeconómica, "para não matar a galinha dos ovos de ouro".