Intervenção de Montenegro foi " corajosa"
O antigo presidente do PSD Luís Marques Mendes afirmou hoje à noite, à chegada ao 37.º Congresso Nacional do partido, que esta reunião magna está a ser "mais interessante" do que as anteriores e "acima das expectativas".
"Eu acho globalmente um bom congresso", disse Luís Marques Mendes aos jornalistas, recusando de seguida que o interesse do congresso tenha sido ultrapassado pelas eleições diretas, nas quais Rui Rio foi eleito presidente do PSD.
Assim, o antigo presidente social-democrata advogou que "este congresso talvez tenha tido mais interesse do que os anteriores", e está inclusivamente "acima das expectativas".
"Matar saudades"
Sobre a sua presença no Centro de Congressos de Lisboa - onde a reunião magna dos sociais-democratas decorre até domingo - Marques Mendes salientou que se deslocou para "matar saudades, cumprir a tradição", uma vez que é costume "vir ao sábado a noite, dar um abraço ao líder, desejar-lhe boa sorte, felicidades, cumprimentar e estar também com os amigos e companheiros de partido".
"Eu abandonei o partido mas não abandonei a solidariedade com os meus companheiros de partido", afirmou em declarações aos jornalistas, ressalvando ainda assim que o faz mesmo apesar de estar "completamente fora da política ativa".
Rio e a nova equipa
Sobre o presidente eleito, Luís Marques Mendes sublinhou terem sido "muito importantes os passos que deu, também com a colaboração empenhada de Pedro Santana Lopes, para que o partido saia daqui mais unido, sobretudo depois das diretas que deixaram sempre evidentemente algumas clivagens".
O que "se impõe" a partir de agora, na opinião do social-democrata, é "falar para as pessoas em circuito aberto, e não em circuito fechado".
Quanto aos nomes indicados pelo novo líder para a Comissão Política Nacional, como David Justino, Elina Fraga, Isabel Meireles, Manuel Castro Almeida, Nuno Morais Sarmento e Salvador Malheiro enquanto vice-presidentes, Luís Marques Mendes não os quis comentar diretamente, salientando que "se o líder os escolheu seguramente que é a equipa que ele considera melhor, e portanto será forte".
"Eu julgo que é muito importante que o líder que já está legitimado pelo voto dos militantes com uma vitória clara, uma vitória expressiva, tenha agora também as condições em termos do congresso, ou seja, da sua equipa, a equipa que ele escolhe, e em termos de unidade", acrescentou.
O legado de Passos
Já ao líder cessante, Pedro Passos Coelho, Marques Mendes deixa "uma palavra de agradecimento", referindo que o antigo primeiro-ministro "tem um legado na história do PSD e na história do país".
"Pode ter tido algumas falhas, e teve, como líder da oposição, mas foi um grande primeiro-ministro em circunstâncias dificílimas", defendeu, apontando que Passos "foi de uma coragem inestimável, e a homenagem que o congresso ontem lhe fez é muito justa e é muito merecida".
Elogios a Montenegro
Questionado também sobre à intervenção do ex-líder da bancada parlamentar, Luís Montenegro, que anunciou que vai deixar o parlamento a 05 de abril e prometeu ao partido que poderá no futuro disputar a liderança, Marques Mendes apontou que "abandonar o cargo de deputado é uma opção pessoal", pelo que "as opções pessoais respeitam-se, não se comentam".
"Quanto à intervenção eu acho que Luís Montenegro fez uma das boas intervenções do congresso. Foi uma boa intervenção, foi corajosa. O PSD aprecia atitudes corajosas, gestos de coragem, mas houve também várias outras intervenções muito positivas e muito interessantes", rematou.