Presidente do Lena nega ter reconhecido pagamentos a Sócrates
O presidente executivo do Grupo Lena Joaquim Paulo da Conceição negou hoje "total e categoricamente" que, no âmbito do processo da Operação Marquês, ter reconhecido ter feito pagamentos ao ex-primeiro-ministro José Sócrates para conseguir negócios para as suas empresas.
Em comunicado, Joaquim Paulo da Conceição nega, "na totalidade do seu conteúdo", a manchete da edição do Correio da Manhã de hoje, de que confessara ter feito pagamentos a José Sócrates num depoimento feito no âmbito do processo da Operação Marquês.
O Correio da Manhã noticiou que Joaquim Paulo da Conceição disse que "havia mesmo subornos para José Sócrates" num depoimento no Departamento Central de Investigação Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
"O objetivo do Grupo Lena, ao pagar comissões ao então primeiro-ministro, era abrir portas e novos mercados tendo como prioridade Angola, Venezuela e Argélia", cita o CM. O jornal escreve também que "José Sócrates aceitou receber, já depois de sair do Governo, um falso vencimento de uma empresa de Lalanda de Castro que, afinal, era pago pelo grupo Joaquim Barroca".
Joaquim Paulo da Conceição, segundo o Correio da Manhã, disse que "tudo começou em 2006, um ano depois de Sócrates assumir o cargo de primeiro-ministro".
"O Grupo Lena desenvolveu contactos através de Carlos Santos Silva, de forma a procurar obter o apoio do poder político", teria afirmado o empresário no depoimento, salientando que "o apoio fazia-se através de José Sócrates e eram realizados pagamentos para este último".
O jornal salientou ainda que Joaquim Paulo da Conceição disse que "quando abriu uma conta na Suíça" esta acabou por "ser usada por Santos Silva" para "fazer chegar o dinheiro a José Sócrates".
O presidente do Grupo Lena foi, segundo o jornal, interrogado na qualidade de arguido nos últimos dias de junho.