Portugal em alerta para ataque informático de larga escala

Este vírus "é mais danoso porque destrói por completo o conteúdo dos discos", adiantou Pedro Veiga
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Pedro Veiga, coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança (CNS), adiantou ao DN que a situação do ataque informático "na Ucrânia e em larga escala" está a ser acompanhada "ao minuto" em Portugal e que assim que for reportada alguma invasão de sistemas no nosso país, a Polícia Judiciária será alertada pelo CNS.

"Através da rede europeia do Centro de Resposta a Incidentes (CSIRT-Computer Security Incident Response Team), temos uma plataforma informática em que cada país reporta o que se está a passar e que é depois visível por todos. Funciona como um alerta que é partilhado pelos centros de cibersegurança de cada país", explicou Pedro Veiga.

O diretor da Unidade Nacional do Crime Informático da Polícia Judiciária, Carlos Cabreiro, não tinha esta terça-feira à tarde informações de já haver alguma empresa portuguesa afetada por este ataque, similar em algumas características ao vírus WannaCry , que se espalhou em mais de 150 países em maio e atacou várias empresas (incluindo várias empresas portuguesas e bancos). A PJ, que está na rede Europol (polícia europeia), poderá também vir a ser alertada por esta via.

O que já se sabe é que esta espécie de versão do vírus Wannacry é mais apurada e que recorrerá também a vulnerabilidades que existem no sistema operativo Windows. "Tecnicamente tem algumas semelhanças com o Wannacry mas é muito diferente. É mais danoso porque destrói por completo o conteúdo dos discos", adiantou Pedro Veiga.

Hoje o novo vírus já fez mais de dois mil ataques em todo o mundo, sobretudo a empresas e bancos na Ucrânia, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos.

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O Centro Nacional de Segurança tomou conhecimento por volta das 15.00, através de fontes abertas, de que "estaria a ocorrer um ataque informático na Ucrânia e de larga escala". "O CNS alertou, de imediato, a rede nacional de CSIRTs informando-as de que estaria a ocorrer um problema na Ucrânia e que se deveriam preparar e manter vigilância reforçada para a eventualidade do ataque atingir as redes nacionais. Até às 17.00 não são do conhecimento do CNCS qualquer tipo de impactos", referiu o comunicado do CNS divulgado esta tarde. O Centro Nacional de Segurança adiantou ainda que se vai manter "atento a este problema e continuará a divulgar a informação que considere relevante".

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