Só o PAN não atirou Sócrates e Pinho contra Costa

ATUALIZADA. Foi o primeiro debate depois de ter sido aprovada a audição parlamentar de Manuel Pinho
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Os casos de Sócrates e Manuel Pinho dominaram hoje o primeiro debate parlamentar quinzenal com o primeiro-ministro realizado depois de o ex-líder do PS se ter desfiliado do partido.

Fernando Negrão, líder parlamentar do PSD, foi quem abriu as hostilidades, perguntando a Costa o que o levou na semana passada a demarcar-se do antigo primeiro-ministro.

Costa, na resposta, queixou-se de estar a ser vítima, por parte do PSD, de "deslealdade parlamentar", porque as questões que lhe estavam a ser colocadas o envolviam como líder do PS e não na qualidade em que estava no debate, a de primeiro-ministro.

Respondendo "como António Costa", o chefe do Governo repetiu o que já tinha dito na semana passada: que se se confirmarem as ilegalidades atribuídas a Sócrates e Pinho isso será "uma desonra para a democracia" - expressão negada mais tarde por Assunção Cristas, que vê no caso, isso sim, "uma desonra para o PS" e não para a democracia no seu todo.

À exceção do PAN, todas as bancadas falaram do assunto. O PCP, através de Jerónimo de Sousa, perguntou ao chefe do Governo sobre a sua disponibilidade para aceitar uma série de medidas legislativas de reforço das condições de combate à corrupção. Costa, na resposta, disse que competirá à Assembleia da República - ou seja, não se comprometeu com ações do Governo (nomeadamente orçamentais, de reforço dos meios do MP e da PJ).

E foi também isso que disse - que a responsabilidade é da AR - quando Assunção Cristas lhe perguntou se estava disponível para uma revisão que mexesse no ordenamento constitucional da Justiça.

Pelo meio, o Bloco tentou "cavalgar" os casos Sócrates/Pinho anunciando que vai apresentar projetos que diminuem as proteções do sigilo bancário. O debate será dia 17.

O outro grande tema do debate foram os incêndios e as medidas que estão a ser desencadeadas para impedir que no próximo verão se repitam as tragédias do ano passado - um dia depois de se ter sabido da demissão de um alto responsável da Proteção Civil, o seu comandante operacional, coronel António Paixão.

O chefe do Governo aproveitou para anunciar que o Governo vai buscar vinte meios aéreos a Itália. E mais uma vez recusou a hipótese de se demitir caso as tragédias se repitam. O que fará é "trabalhar" para "resolver os problemas", disse.

Leia o "filme" do debate:

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