Passos diz que PSD não é "bombeiro de serviço" da democracia
Líder avisa que objetivo traçado pelo PS para 2016 é "inalcançável", mas diz-se "sem pressa" para voltar ao poder
Passos Coelho disse esta noite no primeiro Conselho Nacional após o congresso - que ainda decorre - que o objetivo do PSD não é que o governo de António Costa "caia de podre" e avisa que o partido "não é o bombeiro de serviço da democracia portuguesa". O presidente do PSD diz não estar impaciente para voltar ao poder: "A pressa é inimiga".
Passos não quer ficar à espera que o governo caia, mas defende que haja uma "responsabilização" da atual governação. Mas para isso, lembra, "é preciso que haja resultados". Ou seja: é preciso tempo para provar que o modelo do PS não funciona.
O líder social-democrata diz que é hoje claro "que o objetivo que o governo socialista traçou para 2016 é inalcançável". Passos referia-se às metas do défice, do crescimento e da dívida. O líder disse ainda que o PSD "deve afirmar com clareza a diferença estratégica, quer no plano económico, quer no plano das políticas sociais". Passos Coelho afirmou ainda que "o PSD quer ter um relacionamento direto com a sociedade civil e com os cidadãos".
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Passos não esqueceu o financiamento dos colégios privados, tendo mais uma vez defendido o cumprimento dos contratos de associação já assinados. Perante os conselheiros lembrou ainda os números do desemprego, alertando para a destruição de 40 mil postos de trabalho em mais uma farpa ao governo de Costa.
Depois deste discurso, Passos Coelho fará ainda a habitual intervenção final. Durante o Conselho Nacional vai responder a questões dos conselheiros. No último congresso, o líder do PSD conseguiu que a lista que apoiou ao Conselho Nacional - o órgão máximo entre congressos - elegesse 33 pessoas (mais que as 18 que conseguiu há dois anos). Ainda assim, era esperado que críticos e desalinhados pudessem intervir.
Esta noite, durante Conselho Nacional, o PSD estreou também o novo slogan do partido: "Levar Portugal a sério". A frase motivou logo um comentário de um dos conselheiros em jeito de graça: "Quem é que é o génio que pensa nestas coisas? Isto vai sugerir que os últimos cinco anos foram a brincar".
Homem do terreno é secretário-geral adjunto
Há um novo secretário-geral adjunto no PSD: João Montenegro, o homem do terreno do PSD e o diretor da volta nas últimas legislativas. Até ontem, o partido tinha quatro secretários-gerais adjuntos. Agora passa a três. Mantêm-se dois: o vereador social-democrata na câmara municipal de Arruda dos Vinhos, Lélio Lourenço, e o deputado eleito pelo círculo do Porto, Luís Vales. Saem outros dois: Luís Pedro Pimentel, deputado eleito por Vila Real, e Carlos Silva, deputado eleito por Lisboa. A novidade é mesmo a entrada de um dos homens de confiança de Passos Coelho na São Caetano à Lapa: João Montenegro. O secretário-geral - já se sabe desde o congresso - é Matos Rosa.