Passos Coelho diz que governo responde ao "populismo"

Líder do PSD diz que a "gerigonça" só decide "sob pressão"
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Pedro Passos Coelho, acusou este sábado o Governo do PS de "pouco mais fazer do que responder ao imediatismo, à facilidade e ao populismo" e só decidir "arrastado e sob pressão".

"Os anos de geringonça vão-se sucedendo e pouco se faz mais do que responder ao imediatismo, ao dia a dia, à facilidade e ao populismo", afirmou Passos Coelho, numa resposta indireta às últimas decisões do executivo e ao acordo com os sindicatos dos professores, conseguido esta madrugada, num jantar, em Lisboa, das Mulheres Social-Democratas (MSD).

Um dia depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter admitido, na sexta-feira, a possibilidade de, "em abstrato", contabilizar os mais de nove anos em que as carreiras dos professores estiveram congeladas, antes do acordo com os sindicatos, Passos Coelho acusou o executivo de só "tomar medidas sob pressão"

O ex-primeiro-ministro alertou que, "na política real, das medidas que são tomadas", um "qualquer observador independente concluiria com muita facilidade que o Governo só decide arrastado e sob pressão, em função das circunstâncias do dia-a-dia".

"Não tem um rumo para o país, não tem uma ideia estratégica para economia, não tem um projeto para o país", salientou.

"Quem, em política, se fica pelas abstrações, em regra, condena o país e a sociedade a viver sob o improviso e a ter de se ajustar à força quando as circunstancias o impõem", disse ainda Passos Coelho, num jantar de homenagem pelas MSD, que hoje efetuaram o seu 3.º encontro anual.

Para Passos Coelho, "um Governo que vive para o presente", como o que diz acontecer em Portugal com o PS, que tem o apoio dos partidos à esquerda, isso significa que os portugueses terão "menos futuro" ou "um futuro mais curto e menos próspero".

O líder do PSD criticou ainda o ministro das Finanças, Mário Centeno, por ter "andado distraído" nos últimos dois anos sem alertar para o risco de "um dia as taxas de juros" poderem "evoluir de outra maneira", com consequências para a situação do país.

Pedro Passos Coelho admitiu que hoje a situação económica do país é melhor do que há dois, quatro, seis ou oito anos, mas advertiu que isso só é possível por o Governo anterior, PSD/CDS-PP, que liderou, ter feito "reformas muito importantes" e por se "viver uma conjuntura externa muito favorável".

Como a política de "taxas de juro baixas" não é eterna e porque "não é possível manter a política de dinheiro barato" do Banco Central Europeu (BCE), Passos advertiu para os riscos políticos da atual estratégia e sentenciou: "Este paradigma de estar a estimular o crescimento da economia à custa da política monetária tem os dias contados."

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