Passagem às 35 horas está a ser preparada com "trabalho intenso"
O ministro da Saúde garantiu que está em curso um "plano de trabalho intenso" para definir os profissionais que é preciso contratar em cada unidade com a passagem às 35 horas semanais a partir de 01 de julho.
Num encontro com dirigentes do Ministério, o ministro Adalberto Campos Fernandes disse que "é óbvio" que o desafio das 35 horas está a ser preparado, salientando que Governo e instituições estão a trabalhar e a preparar "como nunca foi feito", numa tentativa de "demonstrar objetivamente as necessidades".
"Contrataremos os recursos que forem necessários contratar. Mas objetivamente os que estiverem disponíveis e os que fizerem falta. (...) Ninguém nos perdoaria que cometêssemos os mesmos erros que foram cometidos há quatro, cinco ou há dez anos. Velhas soluções não resolvem velhos problemas", afirmou.
Em declarações posteriores aos jornalistas, Campos Fernandes disse que está a ser feita "uma avaliação de necessidades", fazendo "ajustamentos unidade a unidade", de forma a realizar uma "reposição do que for necessário" e "amortecer a necessidade de recursos".
Sem detalhar a quantidade de profissionais que serão necessários, o ministro lembrou que a passagem das 40 para as 35 horas semanais já foi feita em parte em 2016 e que foi uma forma de reconhecer a carga de trabalho dos profissionais de saúde.
Para o ministro, é necessário fazer o planeamento das necessidades com "responsabilidade" e não "de modo ligeiro ou leviano".
Em causa estão enfermeiros, assistentes operacionais, auxiliares e técnicos de diagnóstico e terapêutica que passarão a partir de 01 de julho a cumprir 35 horas de trabalho semanais, em vez de 40.
Percentagem de portugueses sem médico de família vai diminuir
O ministro da Saúde estima também que no final deste ano desça para 4% a percentagem de portugueses sem médico de família e prevê ter 532 unidades de saúde familiar até ao fim de 2018.
De acordo com os dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) hoje apresentados, em 2017 havia 711 mil utentes sem médico de família, quando em 2016 eram mais de 767 mil e em 2015 ultrapassavam um milhão.