'Offshore' de Ilídio Pinho ligada à sua fundação

Empresário negou que tinha 'offshore', mas documentos dos Papéis do Panamá revelam o contrário

Ilídio Pinho utilizava uma offshore através da sua fundação, de acordo com os documentos revelados pelos Papéis do Panamá. Apesar do empresário ter negado a existência de offshores depois do seu nome ter sido revelado no caso, documentos tornados públicos esta segunda-feira pela TVI e pelo Expresso mostram essa ligação.

A Fundação Ilídio Pinho foi criada em maio de 2000, tendo sido dotada com quase 50 milhões de euros de contribuições da IP Holding SGPS SA, o grupo empresarial de Ilídio Pinho. Ainda que tenha decidido colocar o seu património na fundação, o empresário continuou com os negócios, tendo mantido uma participação na Companhia Elétrica de Macau e uma posição de acionista na EDP, segundo a TVI.

O empresário negou na sexta-feira que que tinha uma offshore incorporada nas Ilhas Virgens Britânicas, a IPC Management Inc, tendo ainda salientando a ajuda que deu em dinheiro a alunos e professores.

Porém, segundo a TVI e o Expresso - que pertencem ao Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação que está a divulgar os mais de 11 milhões de ficheiros da sociedade de advogados panamiana Mossack Fonseca - existem vários documentos que mostram que já depois de criar a fundação, Ilídio Pinho teve negócios através de offshores incorporadas pela Mossack Fonseca.

Uma fatura de outubro de 2007 aponta para que a IPC Management Inc e a Fundação Ilídio Pinho eram a mesma entidade. Os documentos revelam ainda que o empresário tinha autorização para assinar sozinho na conta bancária da empresa das Ilhas Virgens Britânicas. Se não houvesse a sua, eram então precisas três de outros responsáveis da IPC e da Stardec Investments.

A conta bancária foi aberta na filial que o banco UBS tinha no Luxemburgo. Um outro documento mostra que a IPC Management Inc tinha também relações com mais bancos, como o JP Morgan.

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