Os comunistas frisaram esta segunda-feira que "tudo o que de positivo os trabalhadores e o povo alcançam" com o Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) "tem a marca ou apoio do PCP", no encerramento do debate parlamentar..O líder da bancada do PCP, João Oliveira, destacou 50 medidas propostas pelo seu partido e aprovadas na discussão na especialidade, salientando outras 10 de 44 relacionadas com as florestas e os incêndios.."Não é um orçamento do PCP, é o Orçamento do Estado do Governo PS, mas é certo que tudo o que de positivo os trabalhadores e o povo alcançam com este orçamento tem a marca ou o apoio do PCP", afirmou o deputado comunista, reafirmando que "podia e devia ter-se ido mais longe", nomeadamente na "reposição e conquista de direitos"..Contudo, João Oliveira reiterou que "a resposta aos problemas estruturais do país continua, no entanto, limitada pelas opções do Governo e do PS, que deixam intocados os principais constrangimentos internos e externos e não rompem com opções da política de direita".."[O OE2018], globalmente, está longe de corresponder ao que é necessário para ultrapassar os problemas do país e a degradação das condições de vida provocada pela política de direita da responsabilidade de sucessivos governos PS, PSD e CDS", insistiu..Para o líder do grupo parlamentar do PCP, "dívida, euro, regras e política da União Europeia continuam a pesar de forma particularmente negativa, mesmo para lá das exigências externas".."As metas de redução do défice que o Governo impõe a si próprio continuam a limitar o ritmo e o alcance da reposição de direitos e rendimentos e o investimento público necessários. As opções do Governo mantêm as vulnerabilidades e dependências que impedem o desenvolvimento económico e social do país", disse..A proposta de OE2018 do Governo PS, apresentada em 13 de outubro, foi aprovada na generalidade em 03 de novembro, com votos favoráveis de PS, BE, PCP, PEV, a abstenção do PAN e votos contra de PSD e CDS-PP..Este é o terceiro de quatro previsíveis Orçamentos do Estado (até final desta XIII legislatura) alvo de negociações prévias entre o executivo socialista e os partidos com os quais assumiu posições conjuntas - BE, PCP e PEV, além do óbvio apoio do PS -, em novembro de 2015, formando uma nova maioria parlamentar..Os diversos partidos com assento parlamentar foram apresentando cerca de 600 propostas alternativas ao documento e discutindo-o na especialidade até à última sexta-feira..O OE2018 deverá ser hoje aprovado em votação final global, com mais de 70 propostas de outros partidos que não o PS por socialistas, bloquistas, comunistas, ecologistas e o deputado único do PAN e votos contra de PSD e CDS-PP..Em 2018, haverá mais escalões de IRS, carreiras descongeladas na função pública e outro aumento extraordinário de pensões, mas também mais impostos para as empresas mais lucrativas e novas regras de tributação para os "recibos verdes".