"Não é o momento dos países saltarem com cartadas de referendos"
A porta-voz do BE, Catarina Martins, considerou este sábado que "este não é o momento dos países saltarem com cartadas de referendos", mas de "pôr em cima da mesa alternativas pensadas" para depois haver "espaços que possam ter legitimidade democrática".
À entrada para a X Convenção do BE, que decorre até domingo em Lisboa, Catarina Martins foi questionada pelos jornalistas sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, decidida pelos britânicos na quinta-feira em referendo, que considerou estar "numa situação de grande fragilidade".
"Este não é o momento dos países saltarem com cartadas de referendos, este é o momento de pôr em cima da mesa alternativas pensadas, discutidas, para depois sim termos espaços que possam ter legitimidade democrática. Veremos quais", respondeu.
Segundo a porta-voz bloquista, "o euro e a União Europeia hoje, não são uma solução" para todos os países, mas sim "um problema".
"Mas isso não quer dizer que não resida na Europa uma solução de futuro para todos os países. O tempo não volta para trás, não vamos ser nações isoladas", alertou, reiterando que "a construção europeia, tal como ela foi feita, não serve".
Na opinião de Catarina Martins, neste momento não se ganha "em achar que as soluções para todos os países são referendos que podem pôr em campos opostos soluções que são todas más".
"Este é o momento da política assumir responsabilidades e fazer propostas sobre alternativas de construção", defendeu.
O primeiro-ministro, António Costa, vai receber no domingo os partidos com assento parlamentar para preparar o Conselho Europeu de terça e quarta-feira, foi hoje anunciado.
"Entretanto temos uma Convenção, que vai debater estas questões e o que eu for dizer também é, em boa parte, resultado do debate que temos", respondeu Catarina Martins, quando questionada sobre aquilo que vai defender junto de António Costa.
Sobre as questões internas, a líder bloquista reiterou que "para o Bloco, a recuperação dos rendimentos é o cimento desta maioria no parlamento".