Moedas dá Portugal como exemplo no uso de fundos europeus para a Ciência
Portugal "consegue mostrar" que tem utilizado "de forma extraordinária" os fundos comunitários para a Ciência, sublinhou esta terça-feira, em Lisboa, o comissário europeu Carlos Moedas.
Esse facto "dá voz a Portugal na Europa" e contribuirá para que a UE possa recuperar a sua centralidade no mundo se aproveitar a "terceira vaga da Internet" que está a iniciar-se, considerou Carlos Moedas, na abertura de um "workshop" sobre a Estratégia para o Portugal 2030.
Lembrando que "Portugal foi o construtor" da centralidade europeia a partir do século XV e beneficiando da decisão do imperador da China em se fechar nas suas fronteiras, Carlos Moedas assinalou que essa posição está a ser reocupada pela Ásia.
Ora "o caminho [da Europa] para voltar a essa centralidade só pode" passar "por mais abertura e mais conhecimento", insistiu Carlos Moedas, num encontro com especialistas internacionais sobre o mundo digital, demografia, mobilidade ou urbanização, entre outras matérias.
Frisando que "Portugal mostrou ser capaz de superar as crises" dos últimos anos, Carlos Moedas disse estar convicto que o país tem agora "a oportunidade única de falar mais alto, de ser" dos Estados membros "mais assertivos" para "liderar os destinos da Europa como há 500 anos".
O comissário europeu explicou ainda que a terceira vaga da Internet caracteriza-se por "três aspetos" onde a Europa tem condições de afirmar no plano global: trata-se do regresso à "ciência fundamental" (por oposição às aplicações sobre a Internet), esses projetos precisam de "investidores diferentes" que privilegiem investimentos a longo prazo e não lucros rápidos, será necessário ter "capacidade de regular de forma diferente" um setor que está a entrar no dia a dia dos cidadãos e das sociedades.
Essa regulação "terá de ser dinâmica" e feita "não por advogados mas por engenheiros", assegurou Carlos Moedas.