Médicos avançam com greve nacional a 10 e 11 de maio

Organizações sindicais estiveram reunidas com o Ministério da Saúde. Nova reunião ficou marcada para a semana
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Os sindicatos médicos vão avançar esta semana com os pré-avisos para a greve marcada para os dias 10 e 11 deste mês. Ontem as duas organizações tiveram reunidas com o Ministério da Saúde, mas do encontro não saiu nenhuma conclusão. O ministério voltou a marcar uma nova reunião para o dia 27, altura em que ficaram de apresentar propostas aos sindicatos.

"Amanhã [hoje] será emitido o nosso pré-aviso de greve, cumprido o prazo de antecedência legal previsto. O sindicato mantém a sua disponibilidade para negociar. Ficou marcada uma nova reunião para quinta-feira da próxima semana, na qual o ministério ficou de apresentar propostas", disse ao DN Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

"Há uma lista de matérias muito alargadas das quais se espera uma resposta: as listas de utentes exageradas dos médicos de família, as 18 horas de urgências semanais que os médicos têm de fazer e que propomos que regressam às 12 horas semanais, deixar de haver a obrigação dos médicos de fazerem 200 horas semanais e passarem para as 150 como os restantes funcionários públicos, a necessidade de se desenvolverem os concursos para assistentes graduados seniores [topo de carreira]. Nos últimos três anos reformaram-se 1300 graduados seniores. Há muitos serviços que deixaram de ter capacidade formativa. Em 2015 chegámos a acordo com o Dr.. Paulo Macedo [anterior ministro da Saúde] para abertura de 150 vagas por ano. E no ano passado não ocorreu nenhum concurso", enumerou o médico.

No encontro estiveram também representantes da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que irá apresentar o seu pré-aviso de greve amanhã, data limite do prazo legal. "A reunião não foi conclusiva e vai haver uma nova reunião no dia 27", reforçou Mário Jorge Neves, presidente da FNAM.

A greve foi anunciada na semana passada, depois da realização do Fórum Médico, estrutura que junta sindicatos, Ordem e associações de médicos. "Vamos para greve, para esta forma de luta extrema empurrados pelo Ministério da Saúde", disse na altura Mário Jorge Neves, explicando que a reposição do pagamento das horas extraordinárias foi a gota de água: "O ministério comprometeu-se a fazer a reposição em duas tranches: 1 de março e 1 de julho. Agora a segunda tranche passou para 1 de dezembro. Todos os restantes trabalhadores das entidades públicas empresariais tiveram a reposição do pagamento a 100% desde 1 de janeiro. Porque é que os médicos têm de ser discriminados".

Na mesma altura o bastonário dos Médicos, Miguel Guimarães, apelou ao ministro para procurar consensos e apresentar soluções para alguns problemas.

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