Marcelo desdramatiza as suas palavras. "Não acho que o Governo vá cair"
Presidente da República tinha dito que depois das autárquicas se veria o que aconteceria ao Governo. Agora explicou que "maioria está estável"
O Presidente da República desdramatizou esta quarta-feira a afirmação de ontem sobre o ciclo de vida do Governo de António Costa, duvidando que o executivo caia com as eleições autárquicas.
Em declarações ao jornal Observador, Marcelo Rebelo de Sousa explicou o que quis dizer com a ideia de não querer "dar um passo sequer para provocar instabilidade neste ciclo que vai até às autárquicas", mas que "depois das autárquicas" se veria o "que se passa". "Eu já tinha dito isso, não era uma novidade", justificou-se.
O Chefe de Estado disse que aquelas declarações foram feitas "para se perceber que estava fora de causa nestes dois anos haver instabilidade". E acrescentou: "Depois também era desejável que não houvesse. Como havia grande especulação sobre certas leis, queria dizer que nada se alterou significativamente desde o começo da legislatura e das minhas funções. A maioria está estável", reforçou.
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"O Governo dura uma legislatura, mas em Portugal há uma tradição de as autárquicas terem uma leitura nacional. Já houve vários casos", disse Marcelo Rebelo de Sousa, que apontou a saída de António Guterres em 2001 como um dos exemplos.
Neste caso, o Presidente não prevê que em 2017 se repita 2001. "Não acho que o Governo vá cair" por causa das eleições autárquicas, acrescentou. E quem disse Governo, falou também na oposição. Também um mau resultado para Passos Coelho não colocará em causa a sua liderança no PSD: "Quer Pedro Passos Coelho quer António Costa são duros e resistentes."