Rio alvo de duras críticas diz que reunião não podia ter corrido melhor

Presidente social-democrata tinha falado numa "convulsãozita", mas diz que nem isso aconteceu: "Não notei"
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Rui Rio ouviu esta quinta-feira duras críticas de destacados deputados do PSD, mas à saída da primeira reunião da bancada parlamentar disse não ter encontrado "nenhuma dificuldade especial". "Não vejo como é que a reunião pudesse correr melhor. Há líderes que gostavam muito que se levantassem todos a bater palmas, não gosto disso, esse não é propriamente o meu estilo", afirmou aos jornalistas no final do encontro, que se prolongou por mais de três horas.

Palmas foi coisa que Rio não teve quando fez a intervenção inicial perante os parlamentares sociais-democratas. Em vez disso, ouviu um ex-líder da bancada, Luís Montenegro, criticar a estratégia da nova direção do partido: "O dr. António Costa vai andar a gozar connosco". "O que o PS fará connosco é que o PCP e o BE deixarem", disse Montenegro, segundo confirmaram ao DN deputados presentes na reunião, considerando que a posição do primeiro-ministro é um "insulto ao diálogo partidário".

Como já tinha acontecido na passada semana, Teresa Morais, vice- residente na anterior direção de Pedro Passos Coelho, voltou também a fazer uma intervenção dura, apontando a dedo a responsáveis do partido que sugeriram a renúncia de deputados críticos da atual direção. E criticou também o facto de ter sabido pela comunicação social das alterações aprovadas ontem pela direção, que passam pela criação de um Conselho Estratégico Nacional, que ficará com a missão de elaborar o programa eleitoral do partido, e de uma estrutura de porta-vozes setoriais, aos quais caberá falar em nome do PSD, nas várias áreas. O próprio Rio chamou-lhe, na quarta-feira, uma "revolução no funcionamento do partido". Hoje, desvalorizou as críticas, defendendo que a "comissão política nacional é que tem de aprovar" as alterações.

Já Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada na anterior direção, desafiou Rio apresentar um pedido de desculpas ao grupo parlamentar, pelas críticas feitas aos deputados, tal como fez o líder da bancada, Fernando Negrão, na passada semana. O desafio não teve efeito - desta vez não houve pedidos de desculpas.

Apesar das críticas, que se estenderam a outros deputados, o presidente social-democrata defendeu que a reunião "decorreu de uma forma absolutamente normal". E se ontem Rio disse não esperar mais do que uma "convulsãozita" na bancada, hoje sustentou que nem isso aconteceu: "Não notei". E garantiu que continua a contar com os 89 deputados, ainda que haja "3 ou 4 que vão demorar mais 15 dias a estar alinhados".

Com Lusa

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