18 abril 2018 às 08h11

Novo Campus da Defesa poderá custar até 30 milhões de euros

As obras de adaptação do Quartel de Lanceiros nº2 no Campus da Defesa vão ser objeto de um concurso de ideias a lançar em breve.

Manuel Carlos Freire

O ministro Azeredo Lopes apresentou ontem o quartel de Lanceiros da Ajuda como a futura sede do Ministério da Defesa, depois de concluídas obras de adaptação que podem variar entre os 23 milhões e os 30 milhões de euros, soube o DN junto de fontes envolvidas no processo.

Esse investimento, que Azeredo Lopes disse esperar que "seja uma operação neutra do ponto de vista orçamental", será feito com verbas resultantes da alienação de imóveis como aquele onde agora está o Ministério da Defesa (no Restelo).

O projeto do chamado Campus da Defesa vai agora ser objeto de um concurso de ideias - a analisar por um júri presidido por Artur Santos Silva que inclui as faculdades de Arquitetura de Lisboa, Porto, Coimbra e Évora - em fase final de conclusão, adiantou uma das fontes, sem avançar datas.

A apresentação contou com a presença, entre outros, do ministro da Cultura, dos chefes militares e do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, o qual elogiou a escolha como a "solução realista e possível" - cujas obras não carecem de autorização da autarquia por ser um prédio militar - para renovar "um espaço sem vida" que está numa importante zona turística da cidade e entre os palácios de Belém e da Ajuda.

A mudança de instalações do Ministério da Defesa começou a ser equacionada há uma década, quando o atual edifício, no Restelo, foi incluído na primeira lista de imóveis (novembro de 2008) a rentabilizar no âmbito da Lei de Programação de Infraestruturas Militares (LPIM). As verbas resultantes desse processo, por via da venda ou de outros mecanismos como o arrendamento, permuta ou parcerias, destinam-se precisamente a financiar obras como as que vão decorrer nesse quartel da Ajuda.

Note-se que a localização do Ministério da Defesa na Avenida Ilha da Madeira, com uma vista privilegiada para o rio Tejo desde o rés-do-chão até ao topo, permite potenciar a rentabilização financeira do edifício em função do seu uso futuro, admitiu outra das fontes.

O presidente da autarquia, Fernando Medina, exprimindo o seu reconhecimento pela disponibilidade das Forças Armadas em colaborar com a autarquia no sentido de encontrar as melhores soluções para o desenvolvimento da cidade, adiantou que a nova sede do Ministério da Defesa vai reforçar o caráter multifuncional do bairro da Ajuda, que sendo zona turística consegue manter espaços residenciais, de serviços e de trabalho.

Azeredo Lopes destacou a importância da escolha daquele edifício com cerca de dois séculos para sede do Campus da Defesa, desde logo por permitir mantê-lo na esfera pública, promove uma melhor gestão dos recursos financeiros (por via de uma menor fatura energética) e porque "favorece as sinergias" com a Cultura.

Com 70 mil metros quadrados, o espaço vai ter um núcleo museológico sobre a história da unidade.