CDS diz que o 25 de Abril não tem donos
"Com lealdade, o CDS sempre afirmou não reconhecer autoridade ainda hoje - ou de novo hoje - aos que se assumem proprietários do 25 de Abril."
A frase pertence à deputada Ana Rita Bessa, do CDS, que iniciou o seu discurso na sessão solene parlamentar de celebração do 25 de Abril recordando que ela própria tem a mesma idade da revolução, 44 anos.
Recusando deixar o 25 de Abril como património exclusivo da esquerda, Ana Rita Bessa acrescentou: "A democracia é nossa. E deve ser de todos. Dos que a construíram e de todos que nela vivem. Senão, não se chama democracia"
Pela voz da deputada do CDS, o 'não' à eutanásia entrou nos discursos desta sessão parlamentar. É preciso - disse Ana Rita Bessa - defender a democracia da "tirania das boas intenções", como aquela que "questiona o fim da vida e assim o seu valor" ou que "decide sobre a vida das pessoas, sem pensar em todas as consequências, algumas delas inconstitucionais".
A deputada aproveitou a ocasião para lembrar os incêndios do verão passado e os seus 122 mortos. Isto para "lembrar que o Estado falhou". "A verdade é que 44 anos depois, Abril falhou em junho e outubro [do ano passado]", disse Ana Rita Bessa.
Embora não referindo os capitães de Abril, a deputada do CDS disse ainda integrar "uma geração que só conhece o seu país em Liberdade e que é por isso agradecida". Mas logo acrescentou que a sua geração "ainda viveu os estertores dolorosos de uma violência revolucionária que quase extinguiu o Estado de Direito que então se pretendia edificar".