"Animado com perspetivas", Marcelo diz à Grécia que "pode contar" com Portugal
Garantindo que Portugal está atento ao que se passa no Mediterrâneo e às preocupações gregas em relação ao futuro, Marcelo Rebelo de Sousa afirma-se, no entanto, otimista, e, a poucos meses da conclusão do programa de ajustamento que continua em vigor na Grécia, o chefe de Estado insiste que Atenas está no bom caminho.
"Animam-me imenso as perspetivas que se abrem para a economia e para a sociedade gregas, quando, daqui por poucos meses, em junho, se concluir o Programa de Assistência Económica e Financeira, tal como ainda ontem reconheceu o presidente do Eurogrupo, no final de uma reunião em que foi saudada a conclusão da terceira revisão", disse o presidente português, no Palácio Presidencial helénico, em Atenas, onde, durante o discurso, não adiantou que tipo de saída prevê para a Grécia, ou seja, através de uma saída limpa ou de um programa cautelar.
Antes, também o presidente grego, Prokopios Pavlopoulos, tinha lançado a pedra que ajudaria a sustentar o otimismo do chefe de Estado português, afirmando que a Grécia "vai cumprir na íntegra os compromissos assumidos" com Bruxelas. Quanto a Marcelo, não esquece os esforços dos gregos durante os anos mais complicados da crise, salientando a "corajosa resiliência do povo grego durante uma crise económica e financeira que a todos afetou de forma tão profunda".
Mas, considerando que as perspetivas de futuro são positivas, acrescenta: "Chego à Grécia com sentimento de confiança e de crença no futuro". Quanto ao programa de resgate grego e referindo-se, de uma forma geral, aos programas de assistência financeira e ajustamento, o chefe de Estado assinala que não devem ter em conta apenas as finanças de cada país.
"Não há argumentos financeiros que possam ultrapassar as preocupações com as pessoas, há um ajustamento constante a fazer a pensar nas pessoas, nos europeus", afirmou.
Quanto às relações entre os dois países, Marcelo insiste que não podiam ser melhores, e sublinha, até, que entre Portugal e a Grécia há várias matérias "convergentes", dando como exemplo o objetivo de concluir a união económica e monetária - e, em particular, a união bancária -, um quadro financeiro plurianual que seja "equilibrado e justo" ou as políticas de acolhimento de migrantes e refugiados.
Marcelo garante a Tsipras que "pode contar" com Portugal
Depois do encontro com o homólogo grego, o presidente da República teve uma breve conversa com o primeiro-ministro helénico, Alexis Tsipras, adiantando, numa curta declaração, que, numa altura que pode ser decisiva para a saída da Grécia do programa de assistência financeira, Portugal está ao lado de Atenas
"Estamos a três meses de um momento histórico e importante para a Grécia e a Grécia sabe que pode contar com Portugal neste momento importante de preparação do futuro", disse o chefe de Estado, que, perante o chefe do Governo grego, disse ainda que há uma relação "muito forte e natural entre os nossos estados e os nossos povos" e uma relação "muito boa" entre presidentes e governos.
Pelo lado grego, Alexis Tsipras garantiu que a Grécia "quer continuar com esta relação que existe entre os dois países".