Linha Amarela deixa de ir ao Rato. Vai ligar Odivelas a Telheiras

Administração do Metro de Lisboa diz que a linha circular é a melhor solução. Autarca de Odivelas é contra, mas decisão de nova ligação mantém-se
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O presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa (ML) defendeu na terça-feira, no parlamento, que a solução de construção de uma linha de circular é a que melhor serve os interesses dos utentes - confirmando assim que a Linha Verde vai passar a ser circular (com a construção de duas novas estações - Estrela e Santos), ligando com a Linha Amarela.

Vítor Domingues dos Santos foi ouvido na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas sobre o Plano de Expansão do Metropolitano de Lisboa, no mesmo dia em que foram ouvidos também autarcas e trabalhadores da empresa. Na audição, o presidente da Câmara de Odivelas, Hugo Martins, tinha levantado a hipótese de a Linha Amarela continuar a funcionar entre Odivelas e o Rato. No entanto, segundo o jornal Público, essa possibilidade foi novamente afastada pelo presidente do Metro, mantendo-se o plano apresentado em maio do ano passado.

Resumindo, de acordo com o plano de desenvolvimento operacional da rede, está prevista uma ligação da estação do Rato (atual Linha Amarela) ao Cais do Sodré (Linha Verde), com duas novas estações na Estrela e em Santos. Contudo, o atual traçado da Linha Amarela, que liga as estações de Odivelas ao Rato, irá, segundo o novo plano, sofrer alterações de percurso e passará a integrar também a estação de Telheiras (Linha Verde).

Assim, segundo o novo plano, a Linha Amarela passará a ligar Odivelas a Telheiras (com desvio no Campo Grande) e as restantes atuais estações que fazem parte desta linha (Cidade Universitária-Rato) passarão a fazer parte da Verde, que irá assumir um trajeto circular.

Durante a audição, o presidente do ML foi questionado pelos deputados sobre os motivos que levaram a empresa a optar por um plano de expansão apenas dentro da cidade de Lisboa, abandonando a intenção de alargar o metro a outros concelhos da área metropolitana.

Segundo argumentou, Vítor Domingues dos Santos, os estudos realizados apontam que a solução de construção de uma linha circular, nomeadamente após a ligação entre as estações do Rato e o Cais do Sodré, será a que "maior benefício" irá trazer para os utilizadores do metro. "A procura projetada aponta para um crescimento de 52% da procura, o que representa um acréscimo de cerca de 3,8 milhões de utilizadores", apontou.

Relativamente aos custos, Vítor Domingues dos Santos referiu que a opção por uma linha circular aponta para um custo de cerca de 250 milhões de euros enquanto que a construção de linhas independentes (São Sebastião -- Campo de Ourique) seria de 270 milhões.

Sobre a decisão de não estar contemplado uma expansão a outros municípios da área metropolitana de Lisboa, nomeadamente ao concelho de Loures, o presidente do ML sublinhou que o metropolitano "não pode ser uma espécie de intercidades" e que para esses locais deverá ser encontrada uma solução junto de outros operadores de transporte.

"Cada quilómetro de rede de metropolitano tem um custo de 60 a 70 milhões de euros. O custo de manutenção é caro e o metropolitano não pode ser uma espécie de intercidades. Tem de estar sempre a circular", argumentou.

Em jeito de conclusão, Vítor Domingues dos Santos ressalvou que a construção da linha circular "é apenas um ponto de partida" e que o objetivo passa por vir a construir no futuro "várias radiais".

"Isto não é o ponto final. A construção da linha circular é o primeiro passo para a construção futura da rede de metropolitano. Será possível distribuir a população por todos os seus pontos de trabalho", sublinhou, ressalvando que a decisão final será sempre do Governo.

O Governo anunciou em maio do ano passado que o Metropolitano de Lisboa irá ter mais duas estações até 2022 - Estrela e Santos -, estando previstas também estações nas Amoreiras e em Campo de Ourique, embora nestes dois casos sem uma data prevista de conclusão.

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