Pedro Ferraz da Costa - o empresário que em 2005 avisou que em dez anos o país estaria falido - diz que falta gente nova a trabalhar e que as empresas se estão a transformar "em lares de terceira idade". Diz ainda que faltam candidatos não por falta de qualificações, mas porque "as pessoas não querem trabalhar"..Numa longa entrevista ao jornal i, esta sexta-feira, o presidente do Forum para a Competitividade afirma que "Portugal nunca teve o crescimento económico como o seu principal objetivo", porque essa seria "a única forma séria de criar possibilidades de promoção e de crescimento profissional para os mais jovens"..O empresário afirma que "a economia que não cresce não cria lugares de chefia" e que, por isso, os jovens portugueses estão num estado de permanente espera: que "os mais velhos morram". "Ainda por cima hoje vive-se mais anos e qualquer dia trabalha-se até aos 80 anos. As empresas são quase lares de terceira idade", afirmou Ferraz da Costa..Em relação às taxas mínimas de desemprego que o país tem apresentado, o empresário considera que, ainda assim, "há falta de mão-de-obra em muitos setores há muito tempo".."Qualquer pessoa que queira contratar pessoas não consegue". Uma dificuldade que passa pelos setores da "agricultura, turismo, indústria ou serviços", até na atividade farmacêutica: há vagas, não há candidatos..O presidente do Forum para a Competitividade é claro: não há candidatos porque "as pessoas não querem trabalhar", como, por exemplo, em engenharia informática..Ferraz da Costa dá o exemplo do neto: que só teve aulas de informática a partir do décimo ano. "Temos um ensino péssimo em termos de preparação para o futuro".