Incêndios vão custar quase 500 milhões de euros
Os incêndios que assolaram Portugal no final do mês passado provocaram prejuízos diretos de quase 200 milhões de euros, segundo estimativas do Governo presentes no relatório da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro. O governo prevê investir 303 milhões de euros em medidas de prevenção e relançamento da economia.
Os dados hoje apresentados dizem respeito às sete câmaras que foram afetadas pelos incêndios: Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Penela, Sertã, Pampilhosa da Serra e Góis. Os fogos que começaram a 17 de junho consumiram em conjunto cerca de 45.979 hectares.
Os fogos terão afetado aproximadamente 500 casas, 169 de primeira habitação, 205 de segunda e 117 já devolutas. Só os danos totais ou parciais às habitações equivalem a um prejuízo de 27 milhões de euros.
O ministro do Planeamento e das Infraestruturas afirmou que o governo irá apoiar a população sempre que os seguros não possam ser acionados, mas os seguros devem ser a primeira opção. "O que não for coberto pelos seguros será apoiado" pelo estado, afirmou Pedro Marques numa conferência de imprensa.
Os prejuízos que exigem reposta urgente estão avaliados em 193 milhões de euros. Estes correspondem a questões necessárias para garantir as condições básicas à população, como habitação particular, floresta, atividades económicas, agricultura, infraestruturas e equipamentos municipais, rede viária nacional e proteção civil.
Foram ainda afetadas quase 50 empresas e 374 postos de trabalho. Estes danos foram avaliados em cerca de 31 milhões de euros.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil registou danos de 4,5 milhões de euros de gastos.
Os prejuízos agrícolas foram avaliados em 21,5 milhões de euros. As autoridades incluíram no relatório não só as explorações agrícolas, mas também o pequeno quintal ou terreno agrícola que numa situação normal não receberia um apoio do governo, mas que é muito importante para a subsistência das famílias.
Na semana passada, o ministro da Agricultura afirmou que os incêndios na zona de Pedrógão Grande fizeram 20 milhões de euros em prejuízos só nesta pasta, entre perdas com plantações (vinhas, pomares, por exemplo), equipamentos ou explorações agrícola.
Simultaneamente, o autarca de Pedrógão Grande afirmou que os prejuízos, só naquele município, rondavam os " 250 milhões de euros".
Pedrógão Grande perdeu 81% da área florestal, Figueiró dos Vinhos perdeu 66% e em Castanheira de Pera as chamas consumiram 56% da área florestal. Os prejuízos em florestas foram avaliados em 84 milhões de euros.
Morreram 64 pessoas nos incêndios e mais de 250 ficaram feridas.