"Há o voto útil e o voto fútil. O nosso é útil, defende quem trabalha"
No arranque da derradeira semana de campanha, Edgar Silva rumou ao Alentejo, região onde os comunistas têm a sua grande base de apoio. Depois de ter cantado no palco "Traz um amigo também", de Zeca Afonso, com um grupo musical, Edgar aproveitou para apelar aos alentejanos presentes que "procurem" outros "amigos também" que votem na sua candidatura. "Vou fazer-vos uma proposta de atrevimento e ousadia. Vão junto daqueles que nunca votaram CDU, nem nas nossas áreas políticas, mas que têm o coração aberto a valores de justiça, são defensores dos valores da democracia, partilham a exigência de um novo rumo, defendem que já basta de exploração e pobreza, que isto tem de dar uma volta. Temos ir a procura deles e dizer-lhes que não tenham medo de quem quer estar com um Portugal de liberdade, de democracia e justiça social, como é esta candidatura".
Na sua intervenção, o candidato e membro do comité central do PCP, contou que, no dia anterior, em Silves, "entre uma conversa com um comerciante local, sobre as potencialidades económicas do medronho", este "desabafava, meio com mágoa, que não entendia porque até pessoas mais progressistas e esclarecidas não entendem a diferença entre o voto útil, que defende quem trabalhar, e o voto fútil, que é o da circunstância e da conveniência. O nosso", salientou Edgar Silva, " é o voto útil, de quem luta há tantos anos por um Portugal com outro rumo, porque não estamos condenados ao mal menor, a viver a vida por metade".
Para essa "mobilização", numa etapa que classifica de "decisiva", um "novo impulso na campanha", o candidato conta, sem dúvida, com os alentejanos. " O Alentejo é uma lição para todo o pais. Uma região que não se resigna, não aceita vergar a espinha. Afirma a sua identidade, e em condições mais adversas luta pelos valores em que acredita. Há quem diga, "é a nossa cruz, é a vida,". Esta forma fatalista de estar na vida, não acontece aqui no Alentejo. Muito Portugal tem a aprender com o povo do Alentejo".
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Para o candidato, "é aqui que Portugal tem que ser defendido" e recordou ofensiva anti-social do último governo, com o desinvestimento nas obrigações sociais, no desativar de serviços públicos, no fechar de escolas, serviços saúde, tribunais, serviços de proteção civil e, pasme-se, até juntas de freguesia . Qualquer dia, como me dizia há tempos um autarca, nem se sabe a quem entregar a chave do cemitério. É este o terrorismo social que é preciso erradicar e o Presidente da República tem de tomar partido, estar do lado do povo e dos trabalhadores de Portugal, daqueles que reclamam por justiça social e têm direito a ser tratados como portugueses de primeira e não de segunda ou terceira".