Governo sabia da mulher atropelada em Pedrógão "desde o primeiro momento"
O Ministério da Justiça sabia "desde o primeiro momento" da morte por atropelamento de uma mulher em Pedrógão Grande, óbito noticiado este fim de semana pelo semanário Expresso levantando a dúvida sobre o número de mortos da tragédia provocada pelo incêndio naquela zona.
Em comunicado enviado esta segunda-feira às redações o governo declara que "um atropelamento com uma vítima mortal do sexo feminino é conhecido desde o primeiro momento, estando o Ministério Público a averiguar as concretas circunstâncias em que o acidente de viação ocorreu".
Tendo em conta que os critérios utilizados pelas autoridades para a contabilização do número de vítimas mortais no incêndio -- mortes provocadas pelo fogo ou por inalação de fumos -- este óbito é incluído no número de 64 mortes da tragédia.
No mesmo comunicado, o governo garante que "até à presente data não foram comunicadas às autoridades, nem estas delas tiveram conhecimento, notícias de mais pessoas desaparecidas ou mortas, para além das 64 acima referidas".
As dúvidas acerca do real número de mortos nos incêndios de Pedrógão Grande surgiram reforçadas esta segunda-feira após o jornal i ter publicado uma lista com 73 nomes que diz terem sido mortos confirmados da tragédia. Desta lista, elaborada por uma empresária para a realização de um memorial às vítimas, fazem parte 38 nomes de pessoas que morreram na Estrada Nacional 236.1, encurraladas pelos incêndios.
Ainda segundo o referido comunicado, o Instituto Nacional de Medicina Legal "fez hoje o levantamento de todos os processos relativos a corpos que deram entrada nos seus 28 serviços desde o passado dia 18 de junho até à presente data, não tendo sido obtida qualquer informação adicional relativamente à que já existia e assim se mantendo a nota da identificação de 64 vítimas mortais".