06 novembro 2017 às 17h36

Governo adota campanha "fortíssima" para atrair Agência do Medicamento

Secretária de Estado do Turismo fala em trabalho "conjunto" entre várias entidades nacionais

Lusa

O Governo está a fazer uma campanha específica, concertada e "fortíssima" na imprensa e nas plataformas digitais para influenciar a transferência da Agência Europeia do Medicamento de Londres para o Porto, revelou esta segunda-feira a secretária de Estado do Turismo.

"Temos estado a trabalhar em conjunto - Turismo de Portugal, AICEP, 'Portugal In', Câmara Municipal do Porto e vários ministérios", disse Ana Mendes Godinho à agência Lusa, durante uma visita à feira de turismo World Travel Market, em Londres.

Ações com jornalistas britânicos que visitaram a cidade, e que já resultaram em notícias sobre o Porto em jornais como The Times, City AM e, em breve, no Financial Times, ocorrem em paralelo com uma "campanha digital 'fortíssima'" intitulada "Can't Skip Facts" junto dos funcionários da Agência Europeia do Medicamento (EMA).

A campanha, que faz parte de uma operação mais alargada sobre o país chamada "Can't Skip Portugal", concentra uma série de dados estatísticos sobre o país e é dirigida àquele público específico graças às coordenadas geográficas recolhidas pelas plataformas de internet, em particular as redes sociais.

"É uma campanha desenhada e lançada em primeira mão no Reino Unido para aproveitar o Brexit, para comunicar indicadores sobre Portugal: porque é que é o melhor país para visitar, para viver e para investir, com os vários indicadores de clima económico ou index de paz. Passamos a ter isso tudo para comunicar as vantagens de a EMA se poder vir instalar em Portugal", indicou.

O objetivo das autoridades portuguesas é influenciarem os funcionários que, apesar de não decidirem, têm um "voto de qualidade" na escolha da cidade preferida, que podem transmitir à comissão de avaliação.

A candidatura da cidade do Porto para acolher a sede da EMA está a competir com Amesterdão, Atenas, Barcelona, Bona, Bratislava, Bruxelas, Bucareste, Copenhaga, Dublin, Helsínquia, Lille, Malta, Milão, Sofia, Estocolmo, Viena, Varsóvia e Zagreb.

A EMA, cuja localização em Londres terá de mudar devido à saída do Reino Unido da UE, conta atualmente com 890 trabalhadores e recebe cerca de 35 mil representantes da indústria por ano.

A decisão sobre a nova localização da EMA, bem como da Agência Bancária Europeia, deverá ser votada a 20 de novembro pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros num conselho europeu.