Um ex-bombeiro negou hoje, no Tribunal da Feira, ter ateado os três incêndios florestais em 2016, no concelho de Oliveira de Azeméis, de que está acusado..Perante o coletivo de juízes, o homem de 46 anos negou todas as acusações, apesar do depoimento de vários bombeiros que dizem ter visto o arguido próximo dos locais onde ocorreram os incêndios..O suspeito disse ainda que foi bombeiro na década de 1990, tendo sido expulso da corporação após ter sido condenado a três anos de prisão efetiva, por um crime de incêndio florestal..A Polícia Judiciária (PJ) deteve o arguido na sequência de uma investigação relacionada com inúmeros incêndios que deflagraram quase diariamente, em diversos lugares de Oliveira de Azeméis, no verão de 2016, causando grande alarme social..Na altura, a PJ disse que o arguido, que pertenceu à corporação de bombeiros local, estava "fortemente" indiciado pela autoria de 26 incêndios florestais ocorridos naquele concelho..No entanto, o Ministério Público (MP) só encontrou indícios para o acusar de três incêndios, ocorridos a 04 e 25 de julho e 16 de agosto, arquivando o processo relativamente às outras 23 situações..Nas alegações finais, o MP admitiu deixar cair os crimes referentes aos dois últimos incêndios por falta de provas. O procurador defendeu ainda que, no caso de o tribunal optar por uma pena suspensa, o arguido deve ficar sujeito à obrigação de permanência na habitação com pulseira eletrónica nos meses de verão, em que há mais ocorrências de fogos..A defesa, por seu lado, pediu a absolvição de todos os crimes, alegando que ninguém viu objetivamente o arguido a atear os incêndios..De acordo com a investigação, o arguido entrava a pé na floresta e, fazendo uso de um isqueiro, ateava fogo ao mato seco aí existente..O incêndio de 25 de julho foi o que assumiu maiores proporções, tendo consumido uma área de cinco hectares de floresta. Para combater este fogo tiveram de ser mobilizadas 14 corporações de bombeiros do distrito..Segundo o MP, os referidos fogos só não alastraram até residências próximas, graças à rápida intervenção dos bombeiros..O homem encontra-se sujeito às medidas de coação de apresentações periódicas à autoridade policial, obrigação de não adquirir, usar ou trazer consigo objetos que permitam ou facilitem a combustão e sujeição a tratamento de desintoxicação alcoólica.