"Se acham que têm condições para liderar o partido, devem chegar-se à frente"
A questão da liderança não está aberta no PSD. Ela é mediatizada, mas não está aberta, afirma o líder parlamentar do PSD
Admite que a melhor solução para a Câmara de Lisboa, se Santana Lopes não estiver disponível, possa vir a ser o apoio a Assunção Cristas?
Não vou estar, em particular, a debruçar-me sobre nenhum processo de apresentação de candidatos. É verdade, é conhecido que o PSD tem uma expectativa em relação ao Dr. Santana Lopes, ele seria um excelente candidato a presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Queremos apresentar candidatos vencedores. E é isso que vamos fazer.
Essa hipótese está afastada, a de Santana Lopes candidato à Câmara de Lisboa?
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Creio que não.
E a outra hipótese, a de Assunção Cristas?
A minha opinião é que o PSD tem todas as condições para apresentar um candidato vencedor à Câmara de Lisboa.
O PS quer fazer eleições para presidentes das juntas metropolitanas de Lisboa e do Porto. O PSD aceita esta alteração, em ano autárquico?
Será muito difícil e cada vez mais difícil. Eu até aproveito esta ocasião para dizer que, chegados aqui, chegados a novembro de 2016 - quando teremos eleições autárquicas em setembro/outubro de 2017 -, me parece manifestamente improvável, desadequado até, que isso possa vir a acontecer. O governo emitiu essa predisposição mas nunca a concretizou. (...) Consideramos é que, nesta altura, o que devíamos estar a fazer era a falar da lei eleitoral para a Assembleia da República, onde os partidos políticos muitas vezes apresentam, em períodos pré-eleitorais e nos seus programas, enfim, ideias...
Várias formulações.
... de reformar o sistema político e o sistema de eleição para a Assembleia da República e a altura certa para o fazer é longe de um período eleitoral. Ora, até prova em contrário, a legislatura só acaba em 2019. Portanto, ainda há tempo para poder tratar desse assunto. O PSD está numa fase muito avançada da construção da sua proposta e apresentá-la-á brevemente na Assembleia da República.
Estando nós a falar com Luís Montenegro e falando também de Rui Rio, é caso para perguntar: o PSD não deve temer o futuro? Tem candidatos que cheguem para disputar a liderança quando Pedro Passos Coelho quiser sair ou se alguém quiser disputar a liderança agora?
Não sei, porque eu também não sei quando é que vai acabar a liderança do Dr. Pedro Passos Coelho. Eu sei é uma coisa...
Haverá congresso novamente depois das autárquicas...
... ele foi eleito já neste ano, depois das eleições legislativas, foi presidente do PSD nos últimos anos e venceu duas eleições legislativas e creio que o partido tomou a decisão de ele ser o próximo candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições.
Mas há um congresso antes disso.
Creio que o PSD está muito consciente da escolha que fez. Mais ninguém se disponibilizou.
Mas acha que as autárquicas não terão nenhuma influência? Se o PSD tiver um mau resultado, isso não põe em causa a liderança de Pedro Passos Coelho?
Pessoalmente, sou dos que sempre sustentaram - e não mudei de opinião - que as eleições autárquicas não devem desembocar em leituras políticas nacionais e muito menos em julgamentos de lideranças partidárias.
E acha que ninguém deve disputar a liderança com Pedro Passos Coelho, seja qual for o resultado das autárquicas?
Penso que todos aqueles que acham que têm condições para poder apresentar uma candidatura à liderança do partido, antes ou depois das eleições autárquicas, devem chegar-se à frente, devem dizer o que é que pensam para o PSD e para o país e, portanto, assumir essa responsabilidade.
Como é que o senhor interpreta, como é que lê as cíclicas notícias que dão conta da possibilidade de Rui Rio avançar com uma candidatura para a liderança do partido?
Com muita naturalidade.
E isso significa?
Significa que um partido plural, aberto, como é o PSD, é sempre um partido onde as personalidades que têm mais destaque podem ser vistas, enfim, a poder desenvolver um trabalho de liderança. Acho que isso é perfeitamente natural. Agora, essa questão não está aberta no PSD. Ela é mediatizada, mas não está aberta. Nem o Dr. Rui Rio nunca fez - enfim, pública - qualquer intenção nesse sentido.
Ainda nas autárquicas, Maria Luís Albuquerque, de quem se tem falado, daria uma boa candidata à Câmara de Lisboa?
É mais uma das personalidades que, no PSD, tem condições para protagonizar candidaturas a muitos cargos e eu não excluo esse, em particular, também. Mas não quero, com isto, estar a abrir aqui o leque de personalidades que podem protagonizar essa candidatura.
Falta-nos falar da cidade do Porto, onde o PSD e o Bloco de Esquerda e o PCP são os partidos que vão ter de apresentar uma candidatura, porque parece que o PS e o CDS resolveram o problema com Rui Moreira. É uma dificuldade acrescida, para o PSD, ir para uma eleição que sabe que vai perder?
Não, isso é que era bom! Não há nenhuma eleição que o PSD saiba que vai perder.
Acha mesmo que é possível ganhar o Porto?
Não há nenhuma eleição que o PSD não tenha, de antemão, condições para dizer que vai ganhar. E essa é uma delas. Se me disser assim: "É difícil?" Claro que é difícil. Nós não escondemos isso. Pois se há alguém que, há quatro anos, venceu as eleições, que tem o apoio de dois partidos... é evidente que a situação política não é fácil. Mas não é impossível!
Luís Montenegro daria um belíssimo candidato à Câmara Municipal do Porto ou não?
Não estou disponível, nesta fase. Fui autarca 20 anos e, neste momento, não é essa a...
Perguntando de outra maneira, onde é que o atual líder parlamentar do PSD se vê dentro de dois anos?
Na Assembleia da República, porque tenho mandato até 2019.