Em Lisboa até a casa do presidente vai ser alojamento local
BE condena entrega de terrenos em Monsanto a privados, um negócio em que "nada bate certo". Ferreira Leite diz a "quem pensa que pode ficar em segundo lugar": o PSD é "maior"
Santana Lopes viveu lá, António Costa também por lá passou. Agora, a vivenda no meio de Monsanto destinada aos presidentes da autarquia de Lisboa vai ser... alojamento de curta-duração. "É tão absurdo como Marcelo Rebelo de Sousa concessionar o Palácio de Belém para um hotel de charme", acusa o candidato bloquista a Lisboa, Ricardo Robles, que ontem foi a Monsanto para mostrar que "não há nenhuma regra para Fernando Medina " no que ao turismo diz respeito.
Um dia depois de ter posto em cima da mesa as condições em que aceitará integrar um executivo municipal à esquerda, o BE mudou o ponteiro para uma crítica cerrada ao executivo socialista da câmara, que acusou de falta de transparência. No alto da Quinta da Pimenteira, no que é atualmente terreno municipal parcialmente ocupado por viveiros de plantas, Robles apontou ao horizonte para questionar a entrega a privados de um terreno com 53 mil metros quadrados, incluindo um solar do século XVIII, e várias outras construções que vão dar lugar a um hostel com 120 camas. E a residência oficial do presidente da Câmara de Lisboa, a dois passos dali, destinada a alojamento local. Uma "concessão por 30 anos por 2600 euros/mês, 1000 euros nos primeiros três anos", apontou Ricardo Robles - "Menos que um T2 no centro de Lisboa". Um negócio "lesivo para a cidade" em que "nada bate certo", acusou o candidato, acrescentando nunca ter obtido um esclarecimento de Medina. Ficou a promessa de continuar a perguntar. Dentro ou fora do executivo.
É uma arruada? Não, é um passeio
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Era um pequeno-almoço na pastelaria Versailles, seguido de arruada, foi um pequeno-almoço seguido de um passeio praticamente sem contacto com a população. A ex-líder do PSD Manuela Ferreira Leite juntou-se ontem a Teresa Leal Coelho para uma discreta ação de campanha nas Avenidas Novas - um café, uma farmácia, meia dúzia de folhetos. Foi a antiga ministra das Finanças a explicar que é mesmo assim: "Não esperem que tenhamos pessoas atrás de nós, que esteja tudo aos gritos, que se faça comícios. Isso já não se usa, já não existe. A única coisa que existe é a comunicação social e as redes sociais". Chegada então a vez da comunicação social, Ferreira Leite respondeu à questão que Leal Coelho tem contornado. O CDS pode ficar à frente do PSD em Lisboa? "Não tenho dúvidas de que o PSD é um partido de maior expressão, muito mais do que quem pensa que pode ficar em segundo lugar. A diferença entre a dimensão dos partidos não tem qualquer hipótese de comparação". Conclusão: não, não pode.
Nacionalistas confiantes
Ao final da tarde, numa arruada que partiu do Marquês de Pombal, o candidato e líder do Partido Nacional Renovador, José Pinto-Coelho, antecipou um "grande crescimento" do partido nas autárquicas, apontando que poderá ser uma "agradável surpresa" na capital.