Edgar Silva: "Foi um dia farto em transparência. Marcelo passou pelo detetor de mentiras"

Numa sessão pública em Braga, o candidato comunista prometeu nunca promulgar leis contra os direitos constitucionais dos trabalhadores
Publicado a
Atualizado a

"Hoje foi um dia marcante politicamente", começou por dizer Edgar Silva. E lançou-se num cerrado ataque de ironia: "não podia ter havido dia de maior transparência, foi um dia farto, um dia gordo em transparência. Marcelo Rebelo de Sousa, que tanto se tem ufanado de ser independente, passou pelo detetor de mentiras!".

O candidato comunista, que tem repetido ao longo dos dias de campanha que é preciso tirar a "máscara" a Marcelo, esta quarta-feira teve a sua oportunidade, que passou a descrever, provocando risos na plateia de um auditório repleto. "De manhã, numa entrevista, Pedro Passos Coelho diz que Marcelo Rebelo de Sousa se diferencia de Cavaco Silva, na personalidade, mas que na natureza política nada os distingue. É apenas uma questão de estilo, um mais risonho, outro sisudo, um a preto e branco, outro a cores". Depois, continuou, "foi à Madeira, onde teve mais uma ajuda do detetor de mentiras. Miguel Albuquerque (Presidente do Governo Regional) não se conteve e fez questão de dizer que o PSD não disfarça apoios, está ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa. Foi uma expressão de uma candura arrepiante. O PSD não pode disfarçar os seus apoios e Marcelo, ao seu lado a dizer que sim, que era verdade". E Edgar Silva tinha mais um motivo de regozijo. "Mas o detetor mentiras não parou trabalhar, não ficou satisfeito com tamanhos apoios. Eis que chega a cereja em cima do bolo, Alberto João Jardim. Com este apoio de peso, com a listagem já conhecida, em matéria de independências estamos todos entendidos. Viva o detetor de mentiras!!!".

Na sua intervenção, Edgar Silva assinalou a "marca distintiva" da sua candidatura em relação a "todas as demais", no que diz respeito à "defesa intransigente dos direitos, liberdades e garantias constitucionalmente" determinadas aos trabalhadores. Lembrou, a propósito da "ligação umbilical" das naturezas políticas de Marcelo e Cavaco, que ambos defenderam, em 2010, uma revisão da constituição laboral que "pretendia acabar com a constitucionalidade do despedimento sem justa causa". "Pretendiam a lei da selva. Bastava querer para mandar embora, autêntico terrorismo contra os trabalhadores de Portugal", salientou. Mais recentemente, assinalou, "na imposição das 40 horas de trabalho, o atual Presidente da República (PR), olhou para o diploma que Passos Coelho lhe mandou, leu, viu que era para explorar mais, que não era para pagar mais e, upa, upa, assinou de cruz. É esta a mesma natureza política de Marcelo Rebelo de Sousa". É este "projeto que a direita acalenta, de recuperar parcelas de poder que lhe foram retiradas a 4 de outubro, que importa travar!", exclamou.

O candidato comunista, que diz ter "toda a honra" em assumir compromissos com os trabalhadores, garantiu que utilizará o seu "poder de veto", se for eleito, para chumbar "toda e qualquer legislação, venha do governo ou da assembleia da república, que atente contra os direitos dos trabalhadores". E sublinhou: "não estamos a falar de hipóteses académicas, ou de ensaios laboratoriais, estamos a falar de compromissos que distinguem esta candidatura". A sua candidatura, afirmou, "não se limita a descrever a pobreza ou a miséria. Age sobre as suas causas estruturais e exige uma intervenção".

Neste comício, que terminou um dia dedicado às causas laborais, com encontros com trabalhadores em várias empresas, Edgar Silva recebeu um "postal gigante" com um número: 1245. É o número de delegados e dirigentes sindicais do distrito que o apoiam.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt