A notícia do DN dava conta do regresso a Portugal da missão da troika (Comissão Europeia, BCE e FMI), no próximo dia 27, para fazer a terceira avaliação pós-programa de ajustamento. Entre os 18 pontos do "caderno de encargos" está uma maior flexibilização dos despedimentos e a limitação da influência da contratação coletiva na definição de salários. "Já é tempo de Portugal e os seus órgãos de soberania terem direito à autodeterminação e à sua afirmação própria..Chega de subserviência e do vergar de espinha aos interesses que não são os do nosso país", sublinhou, quando questionado pelos jornalistas. Deixou um aviso à troika: "Tudo quanto procure vulnerabilizar vínculos de trabalho e atente contra os direitos dos trabalhadores, não hesitarei em usar todos os poderes como Presidente da República, incluindo o poder de veto, para impedir que sejam usurpados direitos dos trabalhadores em Portugal"..Edgar Silva tem a "justiça social" como tema do nono dia de campanha, tema que, sublinhou, "é um dos mais importantes pilares" da sua candidatura. O candidato comunista lembrou que "um terço da população portuguesa é pobre, cerca de três milhões, e destes 40% são trabalhadores, o que reflete bem o baixo nível salarial aplicado no nosso país". Edgar Silva defende que o combate à "intolerável e admissível" pobreza no nosso país faz-se "agindo sobre as suas causas mais profundas" e, uma delas é, precisamente "o reduzido nível salarial e de pensões". "Há muita gente por aí que se limita a constatar que há pobreza. Mas não chega chorar e dizer olha que pena, é pobre, olha tantos pobres... às vezes até dá jeito a alguns... se não se tocar na raiz das desigualdades não haverá justiça social", salientou..O candidato comunista lembrou o "compromisso" da sua candidatura com os "direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores definidos na Constituição da República Portuguesa" e assinalou as posições que, sobre isso, têm sido defendidas pela "direita PSD e CDS que apoiam o candidato Marcelo Rebelo de Sousa". Entre elas "queriam acabar, na última proposta de revisão constitucional, com as comissões de trabalhadores". "Eles não descansam enquanto não mutilarem a constituição em tudo o que são direitos dos trabalhadores em Portugal", concluiu..[artigo:4984542].Edgar Silva almoçou hoje com 230 funcionários da Câmara Municipal de Palmela, presidida por Álvaro Amaro, como maioria absoluta a CDU. Ao início da tarde esteve à entrada das oficinas da OGMA, em Alverca, onde distribuiu propaganda aos trabalhadores. Esta empresa serviu de exemplo ao candidato para destacar como uma privatização, como a que foi sujeita a OGMA, que aconteceu já há 10 anos, resultou num "processo de intensificação da exploração, não só com redução de salários, como da precarização dos vínculos de trabalho"..Esta empresa tem 1600 funcionários e são os seguintes problemas salientados pelos sindicalistas: pratica-se uma política de baixos salários e não há aumentos há três anos, apesar dos lucros consistentes; a imposição do banco de horas obriga os trabalhadores a ficarem semanas inteiras em casa, não recebendo os suplementos salariais; apenas 30 minutos para a refeição; pressão constante com propostas de rescisão, uma forma de "despedimento encapotado"..A caravana de Edgar Silva vai terminar a tarde numa arruada no centro de Queluz e à noite estará em Alpiarça, num jantar-comício..[artigo:4984051]