Diretor da PSP: "saberemos encontrar soluções adequadas"

O BE quer que o governo diga que medidas vai tomar para garantir a "paz" no bairro e na esquadra
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A recente acusação por crimes muito graves de 18 agentes da PSP não mereceu, na cerimónia comemorativa dos 150 anos desta polícia, mais que uma referência indireta do diretor nacional, superintendente-chefe Luís Farinha, que nunca se pronunciou sobre o caso conhecido há mais de dois anos.

Da parte da ministra da Administração Interna, que já se tinha recusado a comentar "decisões judiciais", não houve sequer uma palavra no seu discurso sobre o tema. Constança Urbano de Sousa lembrou a novos polícias que "a sociedade conta com a vossa dedicação, profissionalismo, competência, isenção, imparcialidade, e defesa da constituição e da Lei".

"Saberemos também, face a episódios negativos recentes que afetaram a imagem e a confiança na instituição, protagonizados por quem não honra o compromisso de ser polícia, encontrar as soluções adequadas e continuar a trabalhar com dedicação e ultrapassar as dificuldades por forma continuar a merecer a plena confiança dos portugueses", limitou-se a dizer o chefe máximo da PSP.

Nos últimos dias o DN tem dirigido várias questões à direção nacional relacionadas com a situação dos agentes acusados que, de acordo com o regulamento disciplinar, podem vir a ser suspensos, mas não obteve resposta.

Ontem o BE, o único partido que até agora pediu esclarecimentos ao governo, colocou uma nova pergunta a Constança Urbano de Sousa: "Que medidas e diligências irá o Governo levar a cabo para, face uma situação absolutamente excecional em que 18 agentes de uma mesma esquadra são alvo de uma acusação, garantir a defesa da paz e da tranquilidade do bairro da Cova da Moura e a da esquadra de Alfragide?", questiona.

Os bloquistas lembram que "nos dias que se seguiram ao anúncio da decisão do Ministério Público foram conhecidos relatos, aliás, reproduzidos pela comunicação social, de um clima de insegurança latente, motivado pela circunstância de os agentes da PSP agora acusados permanecerem a exercer as suas funções na esquadra onde terão sido praticados os atos/factos e, portanto, em contacto, efetivo ou potencial, com algumas das vítimas ou seus familiares e amigos".

Se por "em causa a presunção de inocência", salienta o BE, "tal circunstância pode consubstanciar um risco ou colocar em xeque a paz e tranquilidade social naquele bairro", sendo "essencial a ação determinada do Governo e da hierarquia da PSP".

Em resposta a algumas perguntas do DN, na terça-feira, sobre se, tendo em conta os factos descritos na acusação, estavam previstas alterações na estratégia de policiamento naquela zona, a direção da PSP não seu sinal, para já, de alterações: "o policiamento preventivo e de proximidade existente na área será mantido, podendo ser objeto dos ajustamento que venham a ser considerados adequados", sublinhou. Quando ao policiamento de proximidade - que que praticamente desapareceu nos últimos anos - a PSP diz que este "tem respondido aos objetivos, podendo ser ajustado pontualmente".

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