Diplomata vetado para as secretas no lugar de quem ocupou o cargo

Júlio Pereira Gomes sucede a Graça Mira Gomes junto da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, em Viena.

O embaixador Júlio Pereira Gomes vai ser o novo representante permanente de Portugal junto da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), sucedendo à diplomata Graça Mira Gomes, escolhida para liderar os serviços de informações, soube ontem o DN.

Pereira Gomes tem estado no limbo há quatro meses, porque regressou a Estocolmo após ter apresentado cumprimentos de despedida às autoridades suecas e não poder reassumir funções na Suécia, disseram fontes diplomáticas.

O diplomata despedira-se para aceitar o convite para o cargo de secretário-geral dos Serviços de Informações da República Portuguesa (SGSIRP). Mas a polémica em torno do seu nome levou-o a retirar a sua candidatura no início de junho e a regressar à Suécia.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros disse ao DN que Júlio Pereira Gomes "deixará, como previsto, o lugar de embaixador de Portugal em Estocolmo, passando a dirigir uma nova embaixada, que será conhecida quando for publicado o respetivo decreto de nomeação" - o que ainda não aconteceu, mas que um diplomata no ativo confirmou ao DN ser a da OSCE em Viena, vago desde a nomeação de Graça Mira Gomes para SGSIRP.

Processo a embaixador na NATO

Outro caso que poderá encerrar em breve é o do representante permanente junto da NATO, embaixador Luís Almeida Sampaio.

O diplomata é alvo de um processo disciplinar pela Inspeção Consular, por suspeita de desvio de verbas enquanto embaixador de Portugal em Berlim - onde Graça Mira Gomes desempenhou funções como ministra conselheira entre 2005 e 2008, período no qual trabalhou com os embaixadores João de Valera e Costa Pereira.

Segundo o Tribunal de Contas, o Ministério Público arquivou o processo após "pagamento voluntário das respetivas multas sancionatórias, bem como as reposições das quantias em causa" por irregularidades em termos de contabilidade pública.

Com várias fontes a confirmarem que a reposição dos valores em causa e as multas equivaleram a cerca de um décimo das verbas inicialmente referidas (400 mil euros) e usadas em iniciativas do Dia de Portugal em Berlim, uma das fontes disse que Almeida Sampaio quis pagar por questões de idoneidade e bom nome e não por considerar que tinha responsabilidades no caso. Exemplo disso, adiantou esta fonte, foi o facto de ter sido ilibado num contrato de leasing, onde se concluiu que daí resultou benefício para o interesse público.

Notícia alterada a 4 de outubro no 6º parágrafo, corrigindo o período em que a embaixadora Graça Mira Gomes exerceu funções na embaixada de Portugal em Berlim (2005 a 2008 e não na primeira metade desta década.

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