Dia M no CDS: Nuno Melo anuncia ao meio-dia a candidatura a líder
Nuno Melo anuncia hoje ao meio-dia aos militantes centristas e ao país que é candidato à liderança do CDS. A decisão foi tomada ontem, tal como o DN tinha avançado, num dia em que esteve reunido com aquela que pode ser uma das suas adversárias: Assunção Cristas.
Numa entrevista à RTP 3, o vice-presidente do CDS, Nuno Melo, não se assumiu como candidato - pois queria fazê-lo hoje na sede centrista, no Largo do Caldas, mas falou como líder. Isto embora tenha dito que está na "fase pré-negocial" consigo próprio.
O centrista deu, no entanto, logo ontem algumas pistas. Melo disse ter legitimidade para ser candidato, uma vez que fez "o percurso todo da base ao topo" e já foi "a votos". Sobre a outra potencial candidata, Melo diz que não tem com "Assunção Cristas como adversária, mas um ativo do CDS".
Na entrevista -onde assumiu que hoje ainda teria mais um encontro com Assunção Cristas- Melo assumiu que o encontro com a também vice-presidente do CDS será fundamental para a decisão que irá tomar. Mas o seu círculo próximo sabe que já tem a decisão tomada.
Ontem, na entrevista, voltou a dizer que a disputa pela liderança "não tem de ser uma luta entre Nuno Melo e Assunção Cristas, pode ser Nuno Melo e Assunção Cristas juntos com todos os outros". O eurodeputado, disse ainda que caso seja candidato (ainda no condicional),"como é evidente", gostaria de ter Assunção Cristas na lista. E ainda reforçou: "Se fosse presidente do partido gostaria de ter ao meu lado Cristas. Porque tem muito para dar no futuro".
O eurodeputado disse que sempre considerou - desde o caso da liderança de Ribeiro e Castro - um handicap não estar em Bruxelas. Além disso lembrou que "o líder do partido tem de estar na Assembleia da República para debater com o primeiro-ministro". Admitiu que não está fora de hipótese assumir o lugar de deputado na Assembleia da República, mas lembrou que "não é dono de todos os mandatos".
Nuno Melo era o último suplente da lista da coligação PSD-CDS por Braga. Basta que um dos efetivos (Telmo Correia ou Vânia Dias da Silva) e as duas centristas que se seguem na lista abdiquem e Nuno Melo poderá ser deputado. É tecnicamente possível e assim poderia fazer oposição no Parlamento.
Na entrevista, o eurodeputado assumiu a herança de Paulo Portas, mas disse na entrevista à RTP que o próximo líder não pode transformar o CDS "num partido de Paulo Portas sem Paulo Portas" e que "o pior candidato seria tentar uma imitação quando o original está tão próxima".
Para Nuno Melo, Paulo Portas é o "primeiro ativo" do CDS e "caso fosse ao Congresso venceria as eleições para líder", pois é "o melhor entre todos". O centrista colocou Portas ao mesmo nível de Adriano Moreira. Melo deseja ainda unidade do partido, dizendo que "o fim do ciclo de Paulo Portas, o CDS não tem de se balcanizar"
Nuno Melo acredita que o CDS "tem tudo para crescer", até porque "o voto útil acabou" e isso é uma "grande oportunidade" para o partido. Ainda assim, o vice-presidente do CDS disse que o PSD é o "parceiro preferencial e referencial" do CDS". O centrista disse ainda na entrevista que o CDS "não pode ser uma montra elitista".
Sobre Presidenciais, Nuno Melo disse que "há um único candidato que tem a mínima noção do que é a Constituição da República Portuguesa, que é Marcelo Rebelo de Sousa. Tenho visto candidatos que acham que vão governar: de Tino de Rans a Sampaio da Nóvoa".
O vice-presidente do CDS disse ainda que "se lhe for pedido", terá o "maior gosto" em participar na campanha de Marcelo Rebelo de Sousa.