Cuidados paliativos não chegam a mais de 80% dos doentes

Escassez de equipas e falta de formação específica também são problemas da área. Era suposto existirem 100 equipas domiciliárias. Existem 26
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Mais de 70 mil doentes, em Portugal, que necessitam de cuidados paliativos, continuam sem ter acesso aos mesmos. Tendo em conta que, no país, entre 69% a 82% dos doentes que morrem todos os anos precisam deste tipo de cuidados, são mais de 80% as pessoas que não chegam a tê-los.

Os números são avançados pelo Jornal de Notícias, que refere ainda que faltam não só recursos humanos como materiais. Em várias zonas do país faltam equipas e há ainda uma ausência de formação específica.

Diz ainda o diário que os números que existem, em termos de equipas, camas e unidades de internamento, está muito aquém do que é recomendado pelo Plano Estratégico para o Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos 2017-2018. Acresce a isto que metade das unidades de internamento é de cariz privado.

Ao JN, Edna Gonçalves, presidente da Comissão Nacional de Cuidados Paliativos, referiu que "embora o número de equipas tenha aumentado muito nos últimos anos, a maioria tem um número reduzido de profissionais". Assim, "é provável que menos de 20% das pessoas que precisam tenham acesso a equipas específicas de cuidados paliativos". Existe também uma falta de pessoas com "formação prática".

Escasso também é o número de equipas domiciliárias em Portugal. Oito distritos (Braga, Vila Real, Aveiro, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Portalegre e Santarém) não têm qualquer equipa deste género. O objetivo é a existência de cem equipas, referiu ao Jornal de Notícias Duarte Soares, presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos. De momento existem 26.

Os números, no entanto, baseiam-se ainda em estimativas e alguma informação solta, porque só este ano deverá ser conhecido o número de pessoas tratadas pelas equipas, porque os registos informáticos só começaram o processo de normalização em 2017.

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