Crianças fazem quimioterapia no corredor do Hospital de São João

Unidade de internamento funciona há dez anos em contentores

As crianças que fazem quimioterapia no Hospital de São João fazem-no em condições que não são adequadas tendo em conta o seu estado de saúde, acusam os pais: é no corredor que o tratamento tem vindo a ser feito. As condições ainda são piores na unidade de internamento, chamada "Joãozinho": há quartos com as paredes esburacadas, as janelas não têm isolamento e só existe uma casa de banho.

As acusações partem dos pais e estão na edição desta terça-feira do Jornal de Notícias. Alguns consideram a situação na zona de quimioterapia de ambulatório "caótica", mas referem que na zona de internamento a situação é "mil vezes mais grave".

A unidade "Joãozinho" funciona há dez anos em contentores - na parte exterior do hospital - e os pais contam que quando os filhos precisam de ser internados têm de aguardar cerca de cinco horas por uma ambulância que faça o transporte, quando a unidade está a poucos minutos do hospital.

Os tratamentos de quimioterapia são realizados no corredor e as crianças partilham os elevadores com carrinhos do lixo que muitas vezes são colocados junto aos carrinhos de limpeza.

De acordo com a mesma fonte, os pais das crianças referem que os profissionais de saúde têm feito tudo o que podem com as condições que existem.

Após a notícia, e numa mensagem enviada esta manhã à Antena 1, a administração do Hospital de S. João disse que esta quase há quase um ano à espera que o Governo liberte verbas para a nova unidade pediátrica. O Ministério da Saúde confirmou que o dinheiro irá ser desbloqueado, mas não avançou uma data.

O Bastonário da Ordem dos Médicos também reagiu. Em declarações à Renascença, Miguel Guimarães disse que "é lamentável que o ministro da Saúde ainda não tenha resolvido uma situação que é muito fácil. O que se está a pedir não é a construção de um hospital novo, é que as crianças e os respetivos profissionais, que estão em contentores no jardim do São João, passem para dentro do hospital. Claro que é preciso fazer algumas obras, que custam dinheiro, e, por isso, essa situação não está a ser a ser resolvida".

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