Colégio Militar: Exército tem inspeção em curso
O novo chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, ordenou uma inspeção ao Colégio Militar que "incluirá um cuidado específico" sobre matérias de exclusão que violem a Constituição e a lei, disse esta terça-feira o ministro da Defesa.
"Não tenho razões para supor" que houve casos de exclusão no Colégio Militar, desde logo por questões de orientação sexual, adiantou Azeredo Lopes perante a Comissão parlamentar de Defesa, recusando "comentar as alegadas razões" da demissão do general Carlos Jerónimo da chefia do Exército quando o próprio invocou "razões pessoais" e não falou publicamente sobre isso.
"Saúdo o Exército por ter falado de forma muito mais clara sobre o assunto", após a posse do general Rovisco Duarte, realçou o governante, questionando-se sobre se as "normas regulamentares" do Colégio MIlitar incluem alguma referência suscetível de ser corrigida para evitar mal-entendidos.
Azeredo Lopes lembrou que estiveram em causa "declarações atribuídas" ao subdiretor do Colégio Militar, que poderiam ser interpretadas como havendo exclusão no Colégio Militar por razões de orientação sexual, e que o pedido de esclarecimentos ao Exército visou saber que medidas seriam tomadas para garantir que tal não se verifique.
António Filipe (PCP) manifestou estranheza com o pedido de demissão do general Carlos Jerónimo por causa de um pedido de esclarecimento, quando "não viu manifestações tão fortes" do ex-chefe do Exército perante as medidas tomadas pelo governo anterior.